Oposição e governo vão travar amanhã uma disputa na CPI dos Bingos na votação dos requerimentos de convocação do ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso e de nova tentativa de quebra de sigilo bancário e fiscal do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.
Os oposicionistas querem convocar Mattoso para continuar as investigações sobre a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Para os governistas, contudo, o assunto não se enquadra no objeto de investigação da CPI.
Pretendem ainda repetir o pedido de quebra de sigilo de Okamotto na tentativa de driblar a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em favor do presidente do Sebrae, que impediu a CPI de analisar os dados bancários. Os petistas repetem o argumento de que o fato não se enquadra nos limites da investigação da comissão.
Nenhum lado tem segurança de que terá êxito da votação. A diferença nas votações de temas polêmicos é pequena, geralmente de dois votos para um lado ou para o outro. "Não podemos dizer que temos maioria. Ninguém tem maioria", afirmou o senador Tião Viana (PT-AC).
Alvaro Dias (PSDB-PR) afirma que a convocação de Mattoso pode ser um primeiro passo para chamar o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para um depoimento no Senado sobre sua suposta vinculação com o caso de quebra de sigilo do caseiro.
Thomaz Bastos depôs na semana passada aos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Ele negou seu envolvimento, mas os oposicionistas cobram mais explicações.
"Há necessidade de continuarmos com esse tema, mas é melhor ouvir primeiro o Mattoso", afirmou Dias. "Não vejo qualquer razão para que se repitam as mesmas respostas sobre as mesmas perguntas", contestou o senador Tião Viana (PT-SC).