Em nota divulgada há pouco, a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda rebate as denúncias publicadas hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo. Segundo a assessoria do ministério, o ministro Antonio Palocci reafirma o que disse à CPI. "Ele não foi àquela casa no Lago Sul e não tem conhecimento de qualquer atividade que acontecia na casa", afirma. "E mais: o ministro não sabe dirigir em Brasília".
A assessoria alega que todas as vezes que precisa se locomover na capital federal, Palocci ou pede um carro do Ministério da Fazenda ou recorre à própria mulher, que dirige para ele. "Portanto, o caseiro e o motorista não estão falando a verdade", diz a nota.
Em entrevista à repórter Rosa Costa, Francenildo Santos Costa, caseiro da mansão freqüentada no Lago Sul (bairro nobre de Brasília) por amigos e assessores que acompanham o ministro desde que ele era prefeito de Ribeirão Preto, contradisse hoje o que Palocci havia declarado à CPI dos Bingos em janeiro.
Nildo, como é mais conhecido, contou que a casa, alugada por Vladimir Poleto, ex-assessor da prefeitura, era usada para partilha de dinheiro. Segundo o caseiro, Palocci esteve no imóvel "umas 10 ou 20 vezes". O ministro sempre negou ter ido à casa e que ainda mantivesse contato com os seus ex-assessores, envolvidos em uma série de denúncias de irregularidades. De acordo com o relato, o petista chegava quase sempre sozinho, dirigindo um Peugeot prata de vidros escuros - o mesmo usado por Ralph Barquete, secretário de Finanças de Palocci na prefeitura de Ribeirão e posteriormente assessor da presidência da Caixa Econômica Federal. Barquete morreu em junho de 2004, de câncer.
Segundo o caseiro, sempre que Palocci ia à casa, os integrantes do grupo de Ribeirão eram alertados por um telefonema de Ademirson. "Olha, o chefe vem hoje", diziam. Palocci, contou o caseiro, pedia que as luzes do portão ficassem apagadas para que ninguém o visse. Na entrevista, Nildo sustenta que o ministro mentiu à CPI. "Do lado dele, eu não sou nada, mas ele está mentindo", afirmou o caseiro.