A Polícia Federal começou a investigar contratos entre a Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (Visanet), da qual o Banco do Brasil detém 31% do patrimônio, e as agências DNA e SMP&B do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do mensalão.
Segundo a agência Reuters, vários policiais federais estão há dias debruçados sobre documentos sigilosos, obtidos pela CPI dos Correios, que poderiam comprovar que recursos públicos teriam saído do BB para o chamado valerioduto, esquema irregular de financiamento de partidos e candidatos operado pelo empresário mineiro Marcos Valério.
Em setembro, o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), reuniu a imprensa para mostrar a grande descoberta da comissão até então: a "operação Visanet". Por meio de um cruzamento de dados entre a quebra de sigilo de Valério e contratos de empréstimos com o banco BMG, os parlamentares descobriram que um pagamento do BB à DNA por serviços não prestados foi parar no caixa dois do PT.
Em 2004, a Visanet depositou R$ 35 milhões na conta da DNA no BMG. Cerca de R$ 10 milhões eram referentes a um adiantamento por serviços a serem executados. Dias depois, Valério fez um empréstimo bancário de R$ 10 milhões no BMG e repassou o recurso para o PT. A CPI concluiu que empréstimo foi apenas uma fachada para justificar a transação e o dinheiro remetido ao caixa petista era o mesmo pago antes pela Visanet à agência.