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Congresso em Foco
22/6/2009 16:18
Fábio Góis
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), subiu há pouco à tribuna do plenário para fazer duras críticas à alta cúpula administrativa da Casa, principalmente aos ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria-Geral) e João Carlos Zoghbi (Secretaria de Recursos Humanos). Referindo-se à "quadrilha de ladrões" que teria tomado o poder decisório na instituição, Virgílio disse que Agaciel deveria "ser preso" em razão das ações irregulares que têm vindo à tona desde o início do ano.
"Ele [Agaciel] precisa ser preso. Precisa ser demitido e preso. O que eu quero já está claro: demiti-lo, e vê-lo preso, se possível", disse Virgílio, para quem a direção do Senado está tomada por "figuras pérfidas, que não condizem com o serviço público".
O discurso de Virgílio só começou depois que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), chegou ao plenário - condição explicitada pelo tucano para começar a fala. Virgílio então disse que, se Sarney não rompesse a ligação que teria com Agaciel e Zoghbi, tomaria atitudes além do discurso. "Se vossa excelência não romper com essa camarilha, não terá mais condições de comandar esta Casa. Se romper, me terá ao seu lado", disse Virgílio, acrescentando que, se fosse preciso, recorreria ao Conselho de Ética do Senado contra Sarney para "moralizar" a administração da Casa. "Quem tem de sobreviver é a instituição Senado Federal."
O mote do discurso do tucano foi o mais recente escândalo instalado a instituição: o caso dos atos administrativos secretos, que beneficiaram, além de parlamentares, servidores, parentes, amigos e aliados políticos. Tendo sido emitidos desde 1998 pela alta direção da Casa, os documentos não eram veiculados no Boletim Administrativo do Senado, como determina a lei, e serviram para propósitos diversos - entre eles a nomeação de "espião" no Conselho de Ética e contratação de parentes do próprio Sarney.
"São as páginas mais nojentas da história deste Parlamento", disse Virgílio.
Técnicos da comissão de sindicância designados pela Primeira-Secretaria descobriram que a maioria dos atos sigilosos foi assinada pelo então diretor-geral adjunto e atual diretor-geral, Alexandre Gazineo, e podem chegar a mil. Tanto Agaciel quanto Zoghbi pertencem ao grupo político de Sarney no Senado. Está prevista para esta terça (23) a apresentação de um relatório com as conclusões da comissão sobre os atos secretos, entre outros desmandos administrativos. "Tenho certeza que há muita perfídia nesses dados", disse Virgílio.
Aguarde mais informações.
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