O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci rechaçou as acusações da Polícia Civil de que estaria ligado às irregularidades na contratação de empresas de varrição pela Prefeitura de Ribeirão Preto. Na época da assinatura dos contratos, ele era prefeito da cidade.
Durante as quatro horas de depoimento, prestado hoje na Corregedoria da Polícia Civil em Brasília, ele negou ter conhecimento dos detalhes dos contratos de varrição.
Segundo o promotor Daniel de Angelis, do Ministério Público de São Paulo, Palocci atribuiu toda a responsabilidade pelos contratos à ex-superintendente do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) Isabel Bordini. O ex-ministro afirmou que Bordini - que ainda será ouvida no inquérito - tinha completa autonomia para gerir esses contratos.
Angelis ressaltou que, independente do que dissesse no depoimento, Palocci seria indiciado, conforme requerimento prévio do delegado Benedito Valencise, que preside o inquérito em Ribeirão Preto.
O ex-ministro apresentou documentos para tentar demonstrar que não tinha relação com os contratos de varrição de Ribeirão. Mesmo assim, ele foi indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, formação de quadrilha e peculato (corrupção praticada por servidor público no exercício da função).