Reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo revela que as falhas na documentação enviada por três bancos à CPI dos Correios levaram à paralisação das investigações sobre a movimentação financeira de 44 pessoas e empresas sob suspeita. A lista inclui personagens-chave do escândalo do mensalão, como os publicitários Duda Mendonça e Marcos Valério, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) e o empresário Ioannis Amerssonis (dono da prestadora de serviços de aviação Beta).
Os arquivos enviados pelos bancos BankBoston, Safra e Real não identificam os responsáveis por receber ou creditar recursos em milhares de operações. Sem os nomes, técnicos da CPI não podem continuar a investigação.
O Banco Safra afirma já ter enviado os dados requisitados. BankBoston e Real dizem estar corrigindo as deficiências. As informações de quebra de sigilo bancário são repassadas pelos bancos ao Banco Central e deste para a CPI dos Correios.
Devido à demora no envio das informações solicitadas, o sub-relator de movimentação financeira, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), disse que passará a formalizar pedidos de complementação dos dados bancários diretamente ao presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Segundo o deputado, após as reportagens da Folha sobre falhas na base de dados da CPI, o BankBoston colocou um técnico à disposição da comissão para ajudar na complementação dos dados. Contudo, os demais bancos cujos registros têm falhas não fizeram o mesmo.