O relatório do deputado João Alfredo (PSOL-CE), que está sendo lido em reunião da CPI da Terra, minimiza as auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que apontaram irregularidades em convênios firmados entre a União, a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária no Brasil (Concrab) e o Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra). Essas entidades supostamente pertencem ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
João Alfredo reafirmou que as auditorias, pedidas pelo presidente da comissão, senador Álvaro Dias (PMDB-PR), são inconclusivas, e que as investigações do TCU ainda estão em fase preliminar. O senador Álvaro Dias discordou. Para ele, as irregularidades foram descobertas pela própria CPI, por meio da quebra dos sigilos bancário e fiscal das entidades, e os técnicos do TCU apenas confirmaram a apuração.
O relator também não poupou críticas ao governo federal por não cumprir a meta prevista no segundo Plano Nacional de Reforma Agrária. A culpa, segundo ele, é de uma "política econômica equivocada, que transfere recursos que deveriam ser investidos em ações sociais, como a reforma agrária, para o setor financeiro".
João Alfredo lamentou que o governo federal até o momento tenha cumprido apenas 45% das metas previstas para a reforma agrária. "Com o corte de 40% dos recursos orçamentários previstos para desapropriações no Orçamento deste ano, o governo não vai conseguir cumprir as suas promessas", disse, segundo a Agência Câmara.