Bolsonaro se irrita com pergunta e abandona entrevista em Londres

O presidente Jair Bolsonaro se irritou, nesta segunda-feira (19), com questionamento da imprensa sobre uso eleitoral de sua viagem à Inglaterra para o funeral da rainha Elizabeth II. Bolsonaro encerrou a breve entrevista que concedia quando foi perguntado por duas mulheres jornalistas a respeito das críticas direcionadas a ele pelo uso eleitoral da viagem a Londres. "Você acha que vim aqui fazer política? Pelo amor de Deus, não vou te responder não. Pelo amor de Deus, não tem uma pergunta decente? Compara o Brasil com os Estados Unidos, com o resto do mundo. faça uma pergunta decente", afirmou, antes de virar as costas. O episódio ocorreu na casa do embaixador do Brasil no Reino Unido. As campanhas do ex-presidente Lula (PT) e de Soraya Thronicke (União Brasil) entraram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para impedir o uso, no horário eleitoral, das imagens do discurso feito pelo candidato nesse domingo (18). "A nossa bandeira sempre será dessas cores que temos aqui: verde e amarela. Jamais aceitaremos o que eles querem impor", afirmou. No mesmo discurso, ele destacou as passeatas que fez no interior de Pernambuco no sábado. "A aceitação é simplesmente excepcional. Não tem como a gente não ganhar no primeiro turno." Nesta segunda-feira, antes de abandonar a entrevista, Bolsonaro atacou Lula, a quem chamou de "ladrão". "Alguém tem dúvida de que o Brasil é a terra prometida? Mas por que a insistência em querer colocar um ladrão de volta na Presidência? Alguém acha que é uma maravilha ser presidente? ...botar um ladrão, com aquela quadrilha toda... Só a Petrobras, o que o cara desviou, vou fazer a conversão aqui para dólar, foi em torno de 160 bilhões de dólares de endividamento", disse. Bolsonaro também reclamou da reportagem que revelou que ele e familiares compraram 51 imóveis em dinheiro vivo. "Canalhice a questão de imóveis. Pegaram dez parentes meus, que têm a vida própria, imóveis comprados desde 1990. Dinheiro vivo? Onde está escrito isso nas escrituras? Que covardia! Três anos e meio sem corrupção, qual é a corrupção do governo?"