Filha de Bolsonaro entra no Colégio Militar sem fazer prova

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, autorizou o ingresso da filha mais nova do presidente Jair Bolsonaro, Laura Bolsonaro, de 11 anos, no Colégio Militar de Brasília sem passar pelo processo seletivo, obrigatório para os demais estudantes. Nogueira assumiu o cargo por indicação de Bolsonaro. O pedido para a matrícula de Laura partiu do próprio presidente, em agosto deste ano. São 15 vagas abertas para a turma de 6º ano, que Laura deve ingressar. Para ter direito a uma delas, as crianças são submetidas a três etapas de exames: prova intelectual, revisão médica e odontológica e comprovação dos requisitos biográficos, todas eliminatórias. Por nota o Exército confirmou a autorização e que ela acata um pedido de Bolsonaro. O texto afirma, ainda, que a decisão partiu do comandante e teve parecer favorável do Departamento de Educação e Cultura do Exército (Decex). "O DECEx apresentou parecer favorável à solicitação de matrícula. Posteriormente, o caso foi submetido ao Gabinete do Comandante do Exército para análise. Cumpridas as etapas anteriormente descritas, o processo foi levado ao Comandante do Exército, que emitiu despacho decisório deferindo a solicitação de matrícula em caráter excepcional", diz a nota. Para ingressar na escola sem participar do processo seletivo é necessário ser dependente de militar transferido de estado, designado para missão no exterior, de aposentados por invalidez ou dependentes órfãos. Também existem sorteios feitos para vagas ociosas na escola, estes mediante inscrição prévia. As matrículas em situações excepcionais são permitidas conforme o regulamento R-69, que prevê a avaliação do comandante da força e do Decex. Essa não é a primeira vez que o Colégio Militar de Brasília concede o privilégio a um político. O filho da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) também foi matriculado na instituição no ano passado seguindo os mesmos passos. > Após criticar ação da polícia, professor é afastado do colégio militar > Exército usa sistema de controle de munição de empresa privada; Especialistas apontam risco