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21/10/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:31
Tributo é gênero do qual impostos e contribuições são espécies, uma das diferenças entre um e outro - a diferença que aqui nos interessa - é que os recursos arrecadados por meio de por meio dos dois principais impostos federais - Imposto de Renda e IPI - são divididos entre a União e os entes federativos subnacionais (estados e municípios), já os recursos arrecadados por meio de contribuições ficam todos com a União.
Assim, os últimos governos promoveram malabarismos legislativos-tributários para transformar impostos em contribuições e cito aqui dois exemplos.
Ao tempo em que a União reduziu alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, criou a COFINS, aumentou a alíquota do PIS e ao tempo em que reduziu alíquotas de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ criou a Contribuição Social sobre Lucro Líquido - CSLL, numa prática que significa mais recursos concentrados na União, ou seja, menos Brasil, mais Brasília.
Digo isso para sugerir que o ministro Paulo Guedes seja coerente com o seu discurso e, ao invés de propor a simples unificação do PIS e COFINS, na sua proposta transformados em CBS, unifique o PIS e o COFINS com o IPI, aproveitando pra unificar também a CSLL com o IRPJ. Aí sim, promoverá uma maior descentralização dos recursos para Estados e Municípios que receberiam diretamente parte dos recursos arrecadados pelas atuais contribuições.
O Brasil tem um federalismo desequilibrado com hiperconcentração da receita tributária na União e com mecanismos ineficientes de distribuição de parte desses recursos para estados e municípios. Essa distorção deixa os entes federativos subnacionais de pires na mão e permite a distribuição de recursos por critérios políticos, muitas vezes, aprofundando desigualdades e invertendo completamente as prioridades.
"Mais Brasil, menos Brasília" é permitir que mais recursos cheguem diretamente aos estados e municípios por critérios de distribuição previamente definidos na Constituição e nas leis, mas é preciso coragem e compromisso com os brasileiros para abrir mão de receita e de poder por um federalismo mais equilibrado e por melhor atenção às necessidades da população.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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