Qual medo é maior? O de trabalhar ou o de ser preso?

Nos últimos dias Bolsonaro voltou a atacar o próprio país que governa com força total, do Supremo Tribunal Federal até a Petrobras, ninguém escapou do desespero presidencial que desde 2018 apenas olha para outubro de 2022. Bolsonaro nunca se moderou, baixou o tom ou adotou uma postura conciliadora, na maioria das vezes que imprensa apontou isso, erroneamente, o presidente havia apenas ficado quieto e parado de dizer estultices. A verdade é que o nosso presidente é um arruaceiro inveterado, pouco afeito ao trabalho e menos ainda a ordem, as motociatas e seguidas medidas que beneficiam o crime organizado no brasil deixam isso claro! Durante os 1.263 dias de seu desastroso governo, Bolsonaro jamais demonstrou alguma preocupação real com qualquer um dos problemas que assolam a vida dos milhões de brasileiros deste país. Ainda no ano passado, quando milhões de brasileiros ficaram desempregados pela crise causada pelo coronavírus, ele afirmou que um dos motivos para o desemprego alto no Brasil é que parte da população não está preparada para fazer "quase nada". Além disso, deu reiteradas declarações de desdém sobre os milhares de mortos pela covid e diversas vezes fez festa, criou tumultos e fez declarações desastrosas em momentos difíceis do país. Isso num país onde 33 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar grave, ou em outras palavras: fome! Recentemente um de seus filhos, Flávio, praticamente debochou na cara dos milhões de brasileiros que dependem de R$ 400 reais para sobreviver. Segundo ele, quem recebe esse valor não passa fome. Vejam a perversidade da declaração! Segundo o Dieese, Aracaju é a capital com a cesta básica mais barata do país custando R$ 548,38. Certamente o presidente e seus filhos acreditam que é mais fácil ganhar votos através da balbúrdia e usufruindo de todas as mamatas possíveis do poder público, do que de fato trabalhar. Tudo isso ao lado do cinismo e da hipocrisia do presidente e seus apoiadores que dizem não acreditar em pesquisas eleitorais, mas que beiram uma sincope sempre que alguma é publicada, constatando o fato de que maioria dos brasileiros está cansada de um presidente mandrião. E o desespero é tanto, que é muito difícil não ver "ameaças" contra a democracia "vazarem" na imprensa como se fossem declarações em off. Como a publicada recentemente pela jornalista Bella Megale onde integrantes governo admitem que Bolsonaro pode atuar para barrar eleições em risco de derrota. A história de Bolsonaro com o trabalho sério e honesto é risível, foi chutado do exército com a fama de indisciplinado, muambeiro e trambiqueiro. Sua trajetória como político é outra lástima, três décadas de uma completa irrelevância, exaltação de criminosos e colecionando uma horda de apoiadores em sites e grupos neonazistas pelo país. Bolsonaro e seus rompantes contra a democracia não são de autoritário inconformado com a derrota, mas sim de quem a teme. Sim, medo! Suspeito que esse medo orbite duas coisas constantes na vida do futuro ex-presidente, a necessidade de trabalhar ou então o medo de ter que pagar por todo o mal causado ao país e seus cidadãos. Isso me dá a impressão de o presidente talvez queira usar essas ameaças para negociar uma "saída segura" do Planalto. Não acredito que Bolsonaro tenha as condições intelectuais e políticas para conduzir um golpe, segue ele com quartelada ou algo mais burocrático. O egoísmo exacerbado e a mais completa falta de empatia, impedem que Jair seja algum tipo de líder inspirador ou algo do tipo para "facilitar" a escaramuça almejada por ele. A maior prova de que este governo está perdido e que não sabe o que fazer é a loucura com o ICMS. É simplesmente inacreditável! Há duas ou três semanas, começou um papo sobre tabelamento do ICMS para minimizar impacto da inflação, consequentemente destruindo a arrecadação dos estados e municípios. Agora a Petrobras anunciou reajuste e assim o desconto do ICMS vai para o ralo, assim como os caixas regionais, afetando a qualidade e eficiência dos serviços públicos (que vão de educação até segurança) ao redor do país. Muita bagunça e pouco planejamento, esse é Paulo Guedes! Até esses dias, Bolsonaro e seus cúmplices colocavam a culpa da alta dos combustíveis totalmente no ICMS, agora falam sobre os perversos conselheiros da Petrobras. Ninguém é mais responsável por esse descalabro do que o próprio governo federal! Quem indica o presidente da Petrobras, presidente do Conselho, 6 de 11 conselheiros e banca a política de dolarização dos combustíveis? Bolsonaro com a chancela de Paulo Guedes! Eles são responsáveis pelos aumentos! Vale lembrar que essa intentona contra o ICMS vou outra coisa que deixou as milícias ansiosas, quando, em agosto do ano passado, com a inflação voando, em live, o presidente defendeu a compra do insumo diretamente nas distribuidoras. "Se zerar o ICMS, você pega seu caminhãozinho, pra tua comunidade ali e compra os botijões". O presidente que as milícias pediram para Deus (ou o diabo)! E para quem acha que com esse aumento as motociatas iriam parar? Ledo engano! Bolsonaro fez uma motociata neste sábado (18) e onde foi? Em Manaus! Poucos dias após a revelação de que Dom e Bruno foram assassinados. Parece um acinte com os familiares que ainda sequer enterraram seus mortos. Aparentemente é uma comemoração! Uma ode ao crime organizado! Incrível como não há só uma atitude que soe como criminosa vinda de Jair Bolsonaro. Reclamo da postura incompetente e preguiçosa do nosso presidente com certo receio. Afinal de contas, Bolsonaro faz parte do mesmo clube que parte da nossa elite brasileira, o time do "quanto pior, melhor!" Se já está ruim com Bolsonaro só passeando e fazendo da presidência um grande período sabático em sua vida, imagina se realmente estivesse engajado em alguma coisa?! O pouco que fez, fez ruim, fez de má vontade e com desdém, de resto, ficou passeando e tumultuando o país. É por isso que não tenho dúvidas: Bolsonaro quer mergulhar o país inteiro no caos ou para esticar suas férias ou para fugir da cadeia, não tenho dúvidas disso. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].