Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha
5/10/2019 9:40
Encontro com Bolsonaro Mesmo sem ter apoio do presidente, Alê Silva diz não estar decepcionada com Bolsonaro. "Minha relação com o governo é muito boa. Sempre fui muito bem recebida na Casa Civil, nos ministérios. O próprio Bolsonaro recebeu a mim, meu chefe de gabinete e um piloto de Fórmula 3 que é nosso amigo. Prefiro manter boa relação com o governo e continuar o meu trabalho aqui, que é muito importante", justificou. Depois de acionar a PF e a Procuradoria-Geral da República contra Marcelo Álvaro Antônio, as ameaças pararam, segundo ela. "Não tenho mais medo. Acredito que não tenham coragem de fazer algo contra mim." A despeito do desgaste interno, Alê Silva afirma que não tem planos imediatos de deixar o partido. Seu receio é perder o mandato por infidelidade partidária. Por isso, pretende esperar a abertura do prazo legal para mudar de legenda. No caso dos deputados, essa brecha só vai se abrir em 2021, último ano da legislatura. "Esse é o meu problema. Vou ter de esperar até a primeira janela partidária para poder sair", contou. > PSL vive clima de rebelião e ameaça de debandada no Congresso Conservadora e cristã Alê Silva se elegeu com mais de 48 mil votos na onda que levou Bolsonaro à Presidência da República. "Conservadora, cristã e idealizadora de um Estado Mínimo, tem como pauta principal de seus discursos a questão relacionada à segurança pública e à preservação da família", dizia seu material de campanha. Moradora de Coronel Fabriciano (MG), conquistou a quase totalidade de seus votos na própria região, o Vale do Aço, onde chegou em 1995. [caption id="attachment_400422" align="alignleft" width="319"]Telefonei para a Deputada, que não para de chorar! Como é que pode uma situação dessas e o Presidente não tomar providências? Não pode! O afastamento do Ministro não implicará atribuição de culpa, apenas um sinal de que o Presidente se importa com as mulheres de seu partido.
- Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) April 13, 2019
O combate à corrupção é uma das bandeiras de Alê Silva Foto: Reprodução/Instagram[/caption]
Nascida 45 anos atrás em Petrópolis (RJ), Alê foi adotada aos sete anos de idade por um casal de origem alemã que a levou para o interior de Santa Catarina. Morando no campo, estudou apenas até o quarto ano do ensino fundamental porque seus pais não tinham condições de mantê-la na cidade. Só voltou a estudar aos 16. Trabalhou, então, como agricultora, empregada doméstica, operadora de caixa, projetista e secretária.
A deputada diz que está acostumada a lidar com adversidades. "Isso faz parte do jogo. Entrei em um campo em que não conhecia as pessoas. A decepção faz parte da vida. A gente se agrada de algumas pessoas e se desagrada de outras. Mas não há nada que impeça minha luta. Um dia a gente ganha, no outro a gente apanha. Isso é normal", afirmou.
Quanto às denúncias contra o ministro Marcelo Álvaro Antônio, Alê diz ter feito sua parte. "Se a Justiça avaliar as provas como a PF fez, acredito que ele será condenado. Ainda há um caminho longo pela frente. Foi só um indiciamento. Meu papel de cidadã eu cumpri. Agora eles é que vão ter de dar continuidade", ressaltou.
> Ministro do Turismo diz que denúncia sobre candidaturas laranjas do PSL é falsa
A acusação e a defesa
Para que Marcelo vire réu, condição que pode tornar insustentável sua permanência no governo, a Justiça terá de aceitar a denúncia feita pelo Ministério Público Eleitoral contra ele pelos crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita eleitoral e associação criminosa. Na esfera criminal ele foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.
De acordo com as investigações, o PSL mineiro, à época presidido pelo atual ministro do Turismo, utilizou candidaturas femininas de fachada para ter acesso a verbas do fundo eleitoral destinado às candidatas. Por lei, 30% das vagas e dos recursos devem ser repassados a mulheres que disputam a eleição pelo partido. Mas os investigadores concluíram que parte desse dinheiro foi parar em empresas ligadas a assessores de Marcelo. Ele foi o deputado mais votado de Minas Gerais no ano passado.
Reportagem publicada no início do ano pela Folha de S.Paulo informava que quatro candidatas do PSL em Minas haviam ganhado R$ 279 mil do comando nacional do partido. Cada uma delas, porém, recebeu menos de mil votos. Desse total, R$ 85 mil foram usados na contratação de serviços de quatro empresas ligadas a assessores do ministro.
Depois da reportagem, uma mulher contou à polícia que foi convidada por Marcelo Álvaro Antônio a se candidatar a deputada estadual com o compromisso de fazer os repasses a determinadas empresas. Seu material de campanha reunia 25 mil santinhos de propaganda com o então candidato. As investigações levaram à Operação Sufrágio Ostentação, que resultou na prisão de dois assessores de Marcelo Álvaro Antônio e em buscas e apreensões na sede do partido em Belo Horizonte e empresas suspeitas de envolvimento no esquema.
[caption id="attachment_384223" align="alignleft" width="750"]
Álvaro Antônio foi indiciado pela PF por candidaturas laranjas do PSL em Minas. Foto: Valter Campanato/Ag Brasil[/caption]
Veja a íntegra da nota divulgada nessa sexta pelo Ministério do Turismo:
"O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ainda não foi notificado oficialmente da decisão, mas reafirma sua confiança na Justiça e reforça sua convicção de que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada. Assim como vem declarando desde o início da investigação, que teve como base uma campanha difamatória e mentirosa, o ministro reitera que não cometeu qualquer irregularidade na campanha eleitoral de 2018. O ministro está focado em seu trabalho à frente do Ministério do Turismo e segue sua agenda normalmente."
> Entre agora no Catarse para colaborar com o jornalismo independenteTags
Temas
SEGURANÇA PÚBLICA
O novo PL Antifacção: o que Derrite mudou no texto após as críticas