Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. "Nem que fique na cadeia muito tempo" Lula perde protagonismo no PT, ...

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

"Nem que fique na cadeia muito tempo" Lula perde protagonismo no PT, diz Humberto Costa

Congresso em Foco

2/3/2019 | Atualizado 10/11/2020 às 11:30

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Ex-presidente está preso desde o ano passado, mas segue como principal líder do partido, segundo o líder do PT no Senado [fotografo]Ricardo Stuckert[/fotografo]

Ex-presidente está preso desde o ano passado, mas segue como principal líder do partido, segundo o líder do PT no Senado [fotografo]Ricardo Stuckert[/fotografo]
Preso há quase um ano na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece como a aposta do PT para retomar seu papel como principal liderança da esquerda no país. Em entrevista ao Congresso em Foco, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o ex-presidente não vai perder o protagonismo dentro do partido "nem que fique na cadeia muito tempo". "No momento que a desintegração [do governo Bolsonaro] vai se aprofundando, não tenho dúvidas que ele [Lula] já é a principal liderança política do Brasil. E num momento em que a crise aprofunda, acho que ele vai ganhar uma dimensão ainda maior". Na conversa, Humberto disse que o partido vai procurar fazer uma oposição explicada, apontando à população os motivos de discordâncias. A proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, enviada pelo governo ao Congresso no dia 20 de fevereiro, será um dos pontos a serem atacados pelo PT. Otimista, o senador acredita que os problemas enfrentados desde já pelo grupo político do presidente podem ajudar a oposição em seu projeto de enfrentamento. "O governo Bolsonaro tem uma característica muito peculiar: ele meio que faz oposição a si próprio. Se o PT souber trabalhar, o grande beneficiário do governo Bolsonaro tende a ser o PT". Confira os principais trechos da entrevista: Congresso em Foco: A eleição do Davi Alcolumbre foi bastante tensa e fora dos protocolos do Senado. Como o senhor viu isso? Humberto Costa: Acho que foi coisa um tanto atípica. Apesar de o presidente eleito se colocar como integrante da base do governo, mas existe uma articulação nesse caso... O governo não foi determinante nesse caso para a vitória dele né. Acho que foi mais uma vez uma vitória da negação da política, foi muito mais um não a Renan, do que um sim a Davi Alcolumbre. A verdade é que isso foi ruim, porque ele não era integrante do MDB, o maior partido [maior bancada do Senado, com 13 senadores], nós quebramos uma tradição que é a do respeito à proporcionalidade, tanto para a eleição da Mesa, quanto para as comissões. O resultado é que a ocupação dos espaços aqui no Senado não obedece ao peso que cada partido teve na eleição e sim os acordos que foram feitos para viabilizar a vitória do Davi. O que esperamos é que ele torne o mandato dele uma ação de afirmação da autonomia, da independência do Legislativo, que hoje é uma coisa que nós carecemos de ter. Congresso em Foco: Os senhores vinham fazendo oposição ao governo Michel Temer, claro, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Mas decidiram apoiar o Renan Calheiros na eleição aqui da Casa, mesmo ele sendo do MDB. Foi por conta da proporcionalidade? Humberto Costa: Não só, também por isso. Mas porque entendemos que ele como presidente do Senado, nas vezes em que ocupou a cadeira, sempre teve uma postura muito firme de afirmar a independência do Congresso. Nós tínhamos saído agora há pouco de quatro anos de Executivo fraco, de Judiciário se arvorando a ocupar o papel de outros poderes, inclusive do Legislativo, e um Legislativo que ficou muito fragilizado por conta da própria Lava Jato. A gente entendeu que era o momento de ter à frente do Congresso uma postura, uma posição e pessoas que representassem exatamente uma afirmação do Legislativo. E o Renan representava isso. Representou inclusive contra o nosso governo também. Foi uma decisão muito mais institucional. Congresso em Foco: Qual vai ser o papel do PT, não apenas nessa presidência do Davi Alcolumbre, mas no governo Jair Bolsonaro? Humberto Costa: A população brasileira nos colocou no campo da oposição. Logicamente que uma oposição que vai, a cada momento, procurar explicar porque fazemos oposição, porque estamos na oposição, porque as ações que o governo tem tomado, e vai tomar, são danosas para a população brasileira. E como o perfil desse Congresso é de muita fragmentação, de uma certa coesão ideológica de alguns segmentos, mas de uma coesão política muito frágil, acho que a gente tem condição de ter muitos bons resultados aqui. Se você for olhar, a julgar pelos primeiros votos, pelas manifestações, pelos posicionamentos, acho que o Bolsonaro vai ter muito problema aqui [no Senado] e lá na Câmara. Inclusive, boa parte desse pessoal que veio, veio eleito pela rede social, estava muito em cima do senso comum. E o senso comum para quem governa nunca é uma boa ajuda. Congresso em Foco: O PT vai usar a PEC da reforma da Previdência, que já é alvo de muitas críticas, como primeira grande bandeira para atacar o governo Bolsonaro? Humberto Costa: O governo Bolsonaro tem uma característica muito peculiar: ele faz oposição a si próprio. A reforma da Previdência é um exemplo claro disso ai. Se a proposta de reforma é essa, é de uma truculência, de uma visão profundamente antipopular. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso sabe que ela vai produzir um agravamento da pobreza e da desigualdade. Se tudo o que tem de ruim ali é 'bode na sala', mesmo que eles tirem tudo isso, já tem uma toxicidade que não vai construir uma visão boa, ninguém vai querer essa visão. A forma como foi feita, escaramuças, os balões de ensaio... Essa coisa do governo que vai e volta... Não vejo clima muito favorável para que essa reforma seja aprovada, mesmo que eles tirem muita coisa de ruim que está ali. E se eles não tirarem, o Congresso vai tirar. Vamos mostrar isso. E vamos também mostrar onde está o X da questão. Não é no regime geral da Previdência, o problemas está principalmente na previdência do setor público, na dívida dos estados, de renúncia de receitas, de arrecadação, o governo tem feito permanentemente, os refis, a sonegação. Vamos apresentar uma proposta, não para competir com a reforma, mas com outra lógica. Congresso em Foco: Então o senhor a acha que a reforma não deveria ser a prioridade, mas outras questões? Humberto Costa: Sim. Acho que nesse momento, o Brasil tem que discutir principalmente como retomar de forma consistente o crescimento econômico. Com isso você vai gerar empregos, vai gerar movimentação econômica na sociedade, vai gerar formalização do emprego, aumento das contribuições sociais e consequentemente redução do déficit da previdência. Precisamos fazer uma reforma tributária. A pauta que o governo está colocando, não é que não precise mexer. Precisa. Mas isoladamente, da forma como eles querem fazer passar, que a reforma da Previdência é a panaceia para resolver tudo. Somos contra isso. Congresso em Foco: O PT saiu muito abalado da eleição. Como vocês estão tentando mudar essa visão que a população ficou do PT, especialmente após a prisão do ex-presidente Lula? Humberto Costa: Não acho que o PT tenha saído tão abalado. Primeiro o PT conseguiu chegar ao segundo turno. Conseguiu 47 milhões de votos. Elegeu a maior bancada da Câmara [54]. Elegeu um número de governadores que é pequeno [4], mas foi o maior, equiparou-se ao PSDB. Teve uma perda expressiva aqui no Senado [6], realmente. Não foi tão ruim. Por outro lado, acho que se o PT souber trabalhar, o grande beneficiário do governo Bolsonaro tende a ser o PT. Nós temos uma vantagem, que nós produzimos ao longo da campanha um programa de governo consistente. Inclusive nós vamos trabalhar em torno desse programa de governo. Não é a gente usar a reforma da previdência para fazer oposição e apresentar uma proposta. É trabalhar a nossa proposta. Acho que se o PT souber fazer oposição, fazer uma oposição que busca dialogar com uma parcela do eleitorado que já esteve com o PT por mais de uma vez, que votou com Bolsonaro por razão X, Y, Z, se souber multiplicar cada passo que a gente der e cada um dos passos que eles derem, acho que o PT tem muita condição, junto com outro partidos, de representarem uma oposição importante, para impedir a implementação desse projeto de Bolsonaro na política, na economia, na sociedade. Congresso em Foco: Como trazer esses antigos eleitores petistas que deixaram de votar no partido para votar em Bolsonaro? Humberto Costa: Se o PT souber fazer da forma correta esse diálogo com a sociedade, se fizer inclusive um comparativo dos resultados de duas visões diferentes de governar, a que a gente teve, mesmo com Dilma, e com Lula, e a que está enfrentando agora, a gente tem condições de reconquistar esses espaços, ou pelo menos das pessoas nos ouvirem. Hoje no Brasil você tem uma polarização... Está diminuindo, porque o governo é tão ruim... Mas as pessoas não querem ouvir umas às outras. Tem uma perspectiva boa para o PT. Congresso em Foco: O PT começou a trabalhar um novo formato de falar com esse eleitor? Humberto Costa: Estamos ainda distante de como a direita está atuando, não só no Brasil, mas internacionalmente, mas estamos fazendo um esforço para adequar a forma ao conteúdo da nossa política. Estamos querendo investir nas redes sociais também. Estamos tentando fazer mobilização na militância. Vamos organizar Brasil a fora importantes debates sobre essas reformas do governo e apresentar nosso programa alternativo. Congresso em Foco: E Lula? Ainda será a cara do partido? Ou o partido vai apostar em novas lideranças? Humberto Costa: Se o PT pode ser um grande contraponto a esse governo, um depositário da população a esse governo, com Lula eu não digo que pode, é que ele será sem dúvidas. O processo todo que Lula está vivendo, a injustiça que ele está passando, a prisão e a condenação sem provas, o impedimento de ele ser candidato, tudo isso só traz ele de volta para o cenário. Pode não ser agora. Mas no momento que a desintegração vai se aprofundando, não tenho dúvidas que ele já é, não deixou de ser a principal liderança política do Brasil. E não foi por acaso que os caras impediram ele de ser candidato. Então Lula, acho que ele continua a desemprenhar um papel central. Mas, num momento em que a crise aprofunda, acho que ele vai ganhar uma dimensão ainda maior. Congresso em Foco: Então o ex-presidente continua como uma figura central não apenas no PT, mas na política? Humberto Costa: E diria que não apenas do ponto de vista nacional, mas do ponto de vista internacional. Todos os contatos que tenho tido oportunidade de fazer hoje com o pessoal da centro esquerda, social-democracia, outros segmentos, ele continua a ser uma importante referência para o Brasil. As pessoas não conseguem entender porque, num espaço de tempo tão curto, o Brasil saiu de uma posição de ser um protagonista tão importante, para não representar nada, como é hoje. Congresso em Foco: O PT, então, segue apostando em Lula? Humberto Costa: Sim. Não sei se isso significa discutir a próxima eleição com Lula. Isso é outra discussão. Mas ele como a principal liderança, como um grande puxador no enfrentamento a esse governo, sem dúvidas. E não vai perder esse protagonismo tão cedo, nem que fique na cadeia muito tempo. >> Lula deixa PF em Curitiba para ir ao enterro do neto em São Paulo
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Lula PT Dilma Rousseff Humberto Costa reforma da previdência Jair Bolsonaro Davi Alcolumbre

Temas

Justiça Congresso

LEIA MAIS

AGENDA DA SEMANA

Pauta do Senado tem projeto de aumento do número de deputados

AGENDA DA SEMANA

Congresso marca sessão conjunta para discutir vetos presidenciais

AGENDA DA SEMANA

Pauta da Câmara inclui derrubada do aumento do IOF e proteção ao idoso

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

3

Segurança Pública

Comissão aprova reintegração de trechos vetados em lei das polícias

4

Educação

Deputado propõe cursos de medicina veterinária apenas presenciais

5

JUDICIÁRIO

Moraes determina soltura do ex-ministro Gilson Machado, preso em PE

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES