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PF vai apurar origem do dinheiro de Celso Pitta

Congresso em Foco

8/7/2008 | Atualizado 9/7/2008 às 6:49

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Paulo Franco, especial para o Congresso em Foco

A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP), começou a desarticular ontem (8) uma complexa rede de corrupção formada por dois grupos criminosos supostamente comandados pelo banqueiro Daniel Dantas e o megainvestidor Naji Nahas (leia mais).

Investigado em outras oportunidades por corrupção e desvio de dinheiro público, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta acionava semanalmente o doleiro Naji Nahas, segundo a PF. E é a partir da documentação apreendida, durante a operação Satiagraha, que a PF cruzará informações e investigará se os recursos foram ou não desviados durante a gestão Pitta na prefeitura da São Paulo.

"O objetivo dos contatos era trazer altas quantias de dinheiro de paraísos fiscais para o Brasil", conta o delegado da PF e responsável pelo caso, Protógenes Queiroz. O delegado não soube informar a quantia exata nem a origem dos recursos, mas acredita que estes tenham ligação com os supostos crimes praticados pelo ex-prefeito no passado. Por enquanto, os agentes federais sabem apenas que Nahas entregou, recentemente, R$ 70 mil em dinheiro vivo para Pitta. "Atualmente ele não possui nenhuma atividade econômica que justifique tal movimentação", explica.

A advogada do ex-prefeito Celso Pitta, Paula Sion de Souza Naves, disse não ter conseguido acesso aos detalhes que motivaram a operação da PF. Paula Sion classificou a prisão de seu cliente de "sensacionalista". "A operação foi divulgada à imprensa logo pela manhã, antes de ele ser detido em sua casa, às 6 horas", afirmou.

Ao todo foram expedidos 56 mandados de busca e apreensão, sendo um no Distrito Federal, um na Bahia, 16 no Rio de Janeiro e 38 em São Paulo, estado que concentrou o maior número de prisões preventivas decretadas: 16 ao todo. Na capital fluminense, a PF confirmou nove pedidos de prisão, mas não informou quantas prisões e mandados de busca foram efetuados.

Origem no mensalão

A primeira parte das investigações começou em 2004, com os desdobramentos do esquema do mensalão. Com autorização do ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no Supremo Triunal Federal (STF), foram enviados à Procuradoria Regional de São Paulo documentos referentes ao esquema. Entre eles, um disco rígido (HD, na sigla em inglês) com informações sobre o Banco Opportunity, de propriedade de Daniel Dantas.

As informações do HD foram cruzadas com o relatório da CPI dos Correios, que cita as empresas de telefonia Telemig e Amazônia Celular como doadoras de Marcos Valério, publicitário mineiro denunciado à Justiça como operador do mensalão. Segundo a PF, o Opportunity tem participação nessas duas empresas e teria participado do esquema.

No transcorrer das investigações, a PF chegou a um outro grupo criminoso igualmente bem estruturado, chefiado pelo doleiro Naji Nahas. Os dois grupos agiam separadamente, mas possuíam negócios em conjunto, como movimentação de recursos no exterior. "Eram organizações extremamente bem estruturadas, com pessoas infiltradas em órgãos públicos e que obedeciam a hierarquias definidas", diz o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pela denúncia no MPF-SP.

Já o delegado que investigou o caso vai mais longe, e afirma que ainda não foi possível saber a quantia exata movimentada pelos dois grupos. "É assustador o volume de dinheiro envolvido. Sabemos apenas que chega facilmente à casa dos bilhões de dólares", afirma Protógenes Queiroz.

As duas redes criminosas funcionavam interligadas, mas cada uma com função definida e sob uma espécie de hierarquia nas tomadas de decisão. O primeiro grupo era chefiado por Daniel Dantas, e tinha atuação direta no mercado financeiro. Seu líder é acusado de formação de quadrilha, crime contra o sistema financeiro, evasão de divisas, desvio de dinheiro público, gestão fraudulenta e corrupção ativa.

Por meio do fundo de investimentos Opportunity Fund, localizado nas Ilhas Cayman, Dantas movimentou os cerca de  U$ 2 bilhões, entre 1992 e 2004, naquele paraíso fiscal. Segundo a investigação, Dantas realizava os investimentos sem informar as autoridades competentes no Brasil e administrava o fundo de forma fraudulenta.

O segundo grupo era chefiado por Naji Nahas, mas também tinha atuação no mercado financeiro. Ele é acusado de formação de quadrilha, desvio de dinheiro público e crime contra o sistema financeiro. "Nahas criou uma espécie de mercado de câmbio informal, utilizado para movimentar altas quantias sem informar as autoridades responsáveis no Brasil", explica o delegado Queiroz, para quem Nahas utilizava informações privilegiadas para atuar ilegalmente como se fosse uma "instituição financeira particular".

Nas palavras do delegado, Naji Nahas recebia informações de um "mega contato" no Federal Reserve (FED, banco central norte-americano) e contava com a ajuda de doleiros para fazer a operação chamada "dólar cabo", sem comunicar o negócio ao Banco Central do Brasil.

Naji Nahas, Daniel Dantas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, inicialmente ficarão presos por cinco dias, com possibilidade de permanecer por mais cinco – ou até mais, caso seja decretada a prisão preventiva.

Grenghalg, o interlocutor de Dantas

Os grupos de Dantas e Nahas possuíam um sistema de intimidação e agiam nos bastidores para conter as investigações da PF e do MPF-SP . Durante os trabalhos, uma matéria publicada em abril no jornal Folha de S.Paulo vazou parte das informações e fez o banqueiro movimentar seus contatos. Nesse ponto das investigações surge o nome do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que agia, segundo a PF, como o interlocutor de Dantas nos poderes Executivo e Legislativo.

"Em conversas telefônicas gravadas com autorização judicial, o ex-deputado é chamado de 'Leg' ou 'Gomes', e foi ele quem tentou obter mais informações sobre a investigação para o grupo criminoso", explica o procurador da República Ricardo De Grandis. Greenhalgh é citado nas conversas por uma pessoa chamada Guilherme Sodré – apelidado de Guiga –, que teria tentado interfer

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