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Congresso em Foco
8/4/2007 | Atualizado às 22:14
Pesquisa Datafolha publicada hoje (8) pela Folha de S. Paulo mostra que voltou ao maior índice histórico o apoio da população à adoção da pena de morte no Brasil. Das 5.700 pessoas ouvidas pelo instituto em 25 unidades da Federação, entre os dias 19 e 20 de março, 55% se disseram favoráveis à pena de morte, enquanto 40% declararam ser contrárias a esse tipo de sentença.
Na pesquisa anterior, feita em agosto do ano passado, 51% eram favoráveis à adoção da pena de morte, e 42%, contrários. O índice de apoio à punição registrado agora iguala o de fevereiro de 1993 como maior desde que o Datafolha começou sua série de pesquisas sobre o tema, em 1991, lembra o repórter Rodrigo Rötzsch.
Outro levantamento divulgado pelo instituto há duas semanas já apontava que a violência, com 31% das menções, superou o desemprego como maior problema do país na opinião dos entrevistados. Na avaliação do diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, os dois números não estão necessariamente interligados.
"Esse apoio majoritário à pena de morte já é histórico. Neste momento cresceu um pouco, mas não apenas porque cresceu a percepção de violência. Entre os que apontam a violência como principal problema, a taxa de apoio à pena de morte é exatamente a mesma da média."
Paulino lembra que, desde 1991, o Datafolha fez dez pesquisas sondando a opinião dos brasileiros sobre a pena de morte. Em nenhuma delas, o apoio à punição foi inferior a 48%, e sempre houve mais favoráveis do que contrários.
Mas a pesquisadora Viviane de Oliveira Cubas, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, ressalta, porém, "o momento é muito significativo para o resultado". Viviane observa que o assassinato do menino João Hélio Fernandes, em fevereiro, aumentou a mobilização popular e a repercussão na mídia do tema insegurança pública. Depois que o garoto de seis anos foi morto ao ser arrastado por sete quilômetros por um carro, preso ao cinto de segurança, o Congresso pôs em pauta um pacote de projetos de alteração na legislação penal.
"Não só a agenda da mídia está dando mais atenção ao tema mas também há a sensação de insegurança das pessoas, que têm contato com outras pessoas que sofreram violência. Normalmente quando você faz pesquisas em um momento de crise, os resultados despontam", afirma a pesquisadora à Folha.
De acordo com o Datafolha, o apoio à pena de morte é maior entre os entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos mensais: 64%, 13 pontos a mais que
Datafolha: 49% rejeitam união homossexual
Levantamento Datafolha divulgado hoje (8) pela Folha de S. Paulo mostra que 49% dos entrevistados se dizem contrários à legalização da união homossexual. Já 42% são favoráveis à mudança na lei para permitir a união civil entre pessoas do mesmo sexo, 7% se disseram indiferentes ao assunto, e 2% não souberam opinar.
Ainda de acordo com a pesquisa, 52% dos entrevistados são contra a adoção de crianças por casais de homossexuais, enquanto 43% são favoráveis à possibilidade. O restante se manifestou indiferente ou sem opinião formada.
Segundo o levantamento, realizado entre os dias 19 e 20 de março, as mulheres são mais tolerantes à união homossexual do que os homens: 46% delas são favoráveis, e 45%, contrárias. Já entre os homens, 54% rejeitam a união, e apenas 37% apóiam, mostra o repórter Rodrigo Rötzsch.
“O índice de pessoas favoráveis à união homossexual também aumenta com a renda (58% entre aqueles com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos contra 39% entre os que ganham até dois salários mínimos) e escolaridade (54% entre os com nível superior e 34% entre os que só têm ensino fundamental)”, observa a Folha.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), um dos coordenadores da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT na Câmara, disse ver o resultado como "bastante positivo" devido ao alto número de favoráveis à mudança na legislação.
"Um amplo setor da sociedade trabalha com muita desinformação sobre a união estável. Outro setor trabalha com preconceito. Esse resultado indica um sinal de superar o preconceito e a desinformação", disse o petista.
Aumenta rejeição a mudanças na lei do aborto
Pesquisa Datafolha divulgada hoje (8) pela Folha de S. Paulo revela que 65% dos entrevistados são contrários a qualquer mudança na legislação sobre o aborto. O índice é o maior já verificado desde quando a pesquisa começou a ser feita, em 1993. De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 19 e 20 de março, só 16% dizem que o aborto deve ser permitido em mais situações, além de estupro e risco de morte para a mãe, como diz a lei atual.
Há 14 anos, lembra a repórter Michele Oliveira, 23% dos brasileiros achavam que a interrupção da gravidez deveria ser permitida em mais situações além de estupro e risco de morte para a mãe.
Nos últimos dias, o novo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu a realização de um plebiscito sobre a legalização do aborto, a exemplo do que ocorreu em fevereiro, em Portugal, onde a maioria dos cidadãos aprovou uma lei que autoriza a interrupção voluntária da gravidez até a décima semana.
Para Jacira Melo, do Instituto Patrícia Galvão, ONG que desenvolve projetos sobre direitos da mulher, a pesquisa confirma que os brasileiros ainda não têm a dimensão do "aborto inseguro", praticado de forma ilegal longe dos cuidados médicos. "A pesquisa mostra a necessidade de um debate amplo e sério sobre a legalidade total do aborto", diz ela.
O debate sobre o assunto deve ser retomado na Câmara ainda este ano. No último dia
Maioria é contra legalização da eutanásia
Pesquisa Datafolha divulgada hoje (8) pela Folha de S. Paulo revela que 57% dos entrevistados se declaram contra a eutanásia, ato que abrevia a vida de um doente incurável.
Para 36% das pessoas ouvidas entre os dias 19 e 20 de março, a legislação deve ser mudada para que a eutanásia deixe de ser crime no Brasil. Apenas 2% se disseram indiferentes ao tema; outros 5% não souberam responder.
A reprovação à eutanásia é maior entre os que ganham menos, entre os mais jovens e entre os menos escolarizados, segundo o levantamento. Entre os que têm renda salarial mensal de até dois salários mínimos, o índice de reprovação sobe para 63%. O percentual dos contrários à eutanásia cai para 38% entre os com renda mensal de mais de dez salários mínimos.
A mesma tendência se verifica entre os que completaram o ensino fundamental (reprovação de 60%) e os que disseram ter concluído o ensino superior (reprovação de 44%). (Edson Sardinha)
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