Acusado de ser o autor da chamada lista de Furnas, Nilton Monteiro escolheu o secretário de assuntos institucionais do PT de Belo Horizonte, Willian Santos, para fazer a sua defesa das acusações de que teria tentado caluniar políticos da oposição.
A lista de Furnas que traz nomes de oposicionistas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que supostamente teriam recebido dinheiro da estatal para campanhas eleitorais. Os citados --entre eles o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin-- acusam o PT de estar por trás da divulgação do documento.
Para o líder da oposição na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), o PT assumiu autoria da lista ao autorizar um membro do partido defender Nilton Monteiro.
"Ao mandar para a audiência um membro do partido, que foi candidato à Câmara de Vereadores e membro da executiva nacional, o PT resolveu assumir a autoria da lista. Nunca imaginei que fosse tão fácil desmascarar o partido", acusou.
O líder da oposição processa Nilton por crimes de calúnia e difamação. Na primeira audiência na 7ª Vara Criminal de Belo Horizonte, que ocorreu no último dia sete, o lobista não apareceu. Alegou que estava "sofrendo de um desarranjo intestinal".
Para defender o PT, o secretário de assuntos institucionais do PT em Belo Horizonte disse que é advogado de Nilton Monteiro, mas que o partido não tem nenhuma relação com isso. Willian disse que atendeu a um pedido da esposa de Monteiro, de quem não se lembra o nome, que meia hora antes da audiência do dia 7 o procurou para representar o marido. Ele disse que nem sabia qual era a acusação e que só tomou conhecimento quando chegou no local da audiência.
O secretário do PT informou que não sabe se continuará a frente do caso. O advogado já havia acompanhado Nilton Monteiro no dia 5 de maio quando ele entregou à Justiça uma cópia do que seria a lista original de Furnas. Os laudos até então indicaram que se trata de uma fraude.