Em discurso na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, o presidente Lula disse que "a votação do salário mínimo, no Congresso Nacional, não foi uma coisa séria". De acordo com ele, o projeto enviado pelo governo ao Congresso saiu de um acordo com as centrais sindicais. Na quarta-feira, a Câmara estendeu o aumento dado ao salário mínimo aos aposentados.
Para Lula, isso aconteceu "porque alguém acha que é bom para as eleições colocar R$ 8 bilhões a mais na Previdência, que já estava estourada em R$ 16 bilhões". Ele deu a entender que vai mesmo vetar a extensão do aumento para os aposentados. "Não haverá, da minha parte, nenhum gesto que coloque em risco a estabilidade da economia e a seriedade da política fiscal dura por conta da eleição", afirmou.
Durante o discurso, o presidente lembrou que o país já viveu inflação de 80% ao mês e que foram feitos muito sacrifícios para baixá-la. "Em 2003, cortamos na própria carne", disse. Segundo Lula, a oposição "pode gargantear, pode blefar", mas o governo não. "Não iremos brincar".
O presidente afirmou também que, na campanha de 2002, todos os empresários lhe diziam que o câmbio deveria ser mantido como flutuante. "Pois bem, é flutuante", afirmou. Lula disse ainda que não será feita nenhuma alteração no câmbio, "por decreto, por medida provisória ou por presunção".