O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), quer esclarecer a participação do senador Tião Viana (PT-AC) no episódio que culminou na violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo do Santos Costa. Tuma quer saber se a jornalista Helena Chagas e seu marido, Bernardo Chagas, repassaram a informação obtida com o jardineiro do casal, Leonardo Moura, ao senador petista e se esse, por sua vez, transmitiu a informação ao ex-ministro Antonio Palocci. Ontem, o jardineiro disse à Polícia Federal que revelou aos patrões que Francenildo havia lhe contado que recebera dinheiro de seu pai biológico.
A jornalista, que depôs à PF um dia antes, afirmou que não repassara informação alguma ao ex-ministro. Mas ela comentou com Viana que o caseiro teria recebido dinheiro do seu pai. Tuma considera a possibilidade de encaminhar para o Conselho de Ética um pedido de abertura de processo contra Viana.
"Se ficar confirmado que Chagas passou a informação para Viana e que, no dia seguinte, Palocci ligou para ela para saber mais detalhes, não posso deixar de relacionar os fatos", disse o corregedor. Na próxima terça (25), Tuma ouvirá Helena e seu marido.
Francenildo desmentiu o então ministro Palocci em depoimento à CPI dos Bingos. Ele afirmou que o petista, diferentemente do que Palocci tinha afirmado, freqüentava a mansão do Lago Sul alugada por lobistas da "república de Ribeirão", onde ocorriam festas com prostitutas e partilha e de dinheiro. Depois do depoimento, o caseiro teve o sigilo bancário quebrado e os extratos de sua conta bancária publicados pela revista Época.
Hoje, um relatório parcial das investigações da Polícia, de acordo com a agência de notícias Reuters, apontou Palocci como mandante da violação do sigilo do caseiro.