O laudo complementar conclusivo sobre a morte do médico-legista Carlos Alberto Delmonte Printes, em 12 de outubro de 2005, mostra que ele cometeu suicídio ao ingerir três medicamentos simultaneamente. O delegado José Antônio Nascimento, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e dois médicos-legistas apresentaram nesta sexta-feira o laudo.
"Ele não tinha necessidade de tomar aqueles medicamentos. E, sendo médico, sabia dos riscos em ingeri-los simultaneamente", afirmou Ricardo Cristofi, diretor do Centro de Pesquisas do Instituto Médico Legal (IML).
Delmonte, de 55 anos, foi encontrado morto em seu escritório, na Vila Mariana, em São Paulo. Ele estava no chão, ao lado de um sofá que servia de cama quando ele passava a noite lá. Não havia nenhuma evidência de luta no local.
No laudo, os especialistas do IML consideraram que a medicação levou Delmonte à morte. Com o efeito da combinação, ele não teve consciência ou reflexos para reagir ao quadro de pneumonia e, quando o próprio organismo começou a se defender, produzindo catarro, o legista não reagiu para tentar expeli-lo.
Para a polícia, o crime foi premeditado pelo próprio legista. Ele contou ao filho que havia feito exames, inclusive radiografias, com um especialista conhecido da família e, por isso comprara os remédios que tomou na noite do suicídio. Ao checar as informações, o mesmo médico disse que Delmonte não havia se consultado com ele.