O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou hoje que é favorável à prorrogação dos trabalhos da CPI dos Correios, para possibilitar a apuração das novas denúncias envolvendo parlamentares nos saques do valerioduto.
Denúncias publicadas pelas revistas semanais apontam o envolvimento do PMDB de Calheiros no esquema. O presidente do Senado disse que não há qualquer preocupação política de sua parte em relação ao partido, mas garantiu ter certeza de que o PMDB não está envolvido.
"Estas denúncias todas têm que ser investigadas. Devemos um esclarecimento à sociedade, mas quem vai dizer se a prorrogação dos trabalhos da CPI é necessária ou não são os sub-relatores e o relator. Se eles disserem que é preciso prorrogar o prazo, terão o meio apoio", disse Calheiros.
A posição do presidente do Senado conflita com a das lideranças governistas que defendem o encerramento dos trabalhos da CPI no dia 21 de março, como está previsto. "Claro que eu nunca ouvi falar de mensalão dentro do PMDB. É claro que as denúncias não atingem o partido, mas eu defendo que tudo precisa ser investigado e apurado, em qualquer direção."
O sub-relator da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), respondeu a Renan defendendo a intensificação dos trabalhos da Comissão.
Segundo Fruet, é fundamental que a CPI volte a ouvir o empresário Marcos Valério de Souza. PSDB e PFL defendem a apuração de denúncias de que Marcos Valério teria dado dinheiro para o ex-líder do PMDB José Borba (PR) comprar o apoio da ala oposicionista da legenda para continuar na liderança e para que o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, falasse bem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no seu programa de televisão.
"Temos que investigar, mas temos que evitar excessos. Não podemos falar agora em abrir novas investigações", afirmou Fruet. "Não podemos, no entanto, desacreditar estas denúncias e ignorá-las", ressalvou.