Reportagem da revista Veja, do dia 21 de maio, denuncia a existência de um suposto esquema de pagamento de "mesada", no valor de R$ 400 mil para o PTB. O dinheiro sairia do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) a partir de operações administrativas irregulares. A pressão para fazer o repasse mensal seria o motivo do pedido de demissão do ex-presidente da estatal Lídio Duarte, ocorrido três meses antes.
Indicado ao cargo pelo PTB, Lídio teria se recusado a ceder às investidas de Henrique Brandão, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio e amigo do deputado Roberto Jefferson (RJ). Brandão, proprietário da corretora de seguros Assurê, seria o suposto recolhedor dos R$ 400 mil devidos pelo IRB ao PTB.
Ex-patrão do genro de Jefferson na Assurê, Marcus Vinícius Vasconcelos Ferreira, Brandão teria se beneficiado da quebra do monopólio do IRB na área de resseguros internacionais e mantido, com aval da estatal e da Eletronuclear, sua empresa na intermediação do milionário seguro das usinas Angra 1 e 2. O empresário teria doado R$ 80 mil, no ano passado, para a campanha de Cristiane Brasil Fontoura, filha de Jefferson, à Câmara de Vereadores do Rio.
No dia 2 de junho, em depoimento à Polícia Federal, Lídio afirma nunca ter ouvido falar da suposta cobrança de mesada pelo PTB. Dois dias depois, a revista Veja revela que a fonte anônima que denunciou a existência de irregularidades na estatal é o próprio ex-presidente do IRB. Brandão confirma ser amigo de Jefferson, mas nega ter cobrado mesada. Em meio às denúncias, toda a diretoria do instituto é substituída pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
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