Foi de maneira irritada que o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) deixou a relatoria do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), na noite de hoje (20). Antes de anunciar sua saída, ainda no plenário do Conselho de Ética, o parlamentar de Minas Gerais reclamou da suspeita colocada sobre ele por José Nery (PSOL-PA). Para Nery, Salgado não poderia relatar o caso de Renan por responde a uma ação popular ao adquirir um terreno de uma entidade que foi dirigida pelo alagoano.
“Eu não sei com quem o senhor anda”, começou a responder Salgado. “Mas quem lhe disse isso usa uma substância entorpecente proibida.” Encerrada a sessão, ele detalhou o tipo de droga utilizada pelo informante do colega paraense.
“Essa denúncia do senador José Nery é fruto de alguém que consumiu uma erva proibida [maconha] e que passou para ele [a denúncia]. Acho que ele esteve com alguém que consome erva proibida e aí ele pegou e acreditou nisso”, ironizou Salgado.
Ele rebateu a denúncia de que teria negócios com Renan. “Minha família compra as coisas, trabalha. Minha origem é de trabalhador, como todo mundo. [O terreno] foi comprado, registrado em cartório, tudo certinho”, complementou Salgado, que ficou menos de 24 horas na relatoria do caso, período em que fez um parecer pedindo a absolvição de Renan. “Foi um jogo sujo e, como falei, fruto de alguém que deve consumir uma erva proibida.” (Eduardo Militão)