O ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) deixou ontem a pasta da Integração Nacional despejando ataques diretos ao PT e indiretos ao ex-ministro Antonio Palocci, que deixou o governo sob a acusação de ter articulado a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
"Se algum poderoso invadiu uma franquia democrática do Francenildo, eu quero que pague e pague caro, pela falta de escrúpulo e pela burrice com que se comportou no episódio", afirmou, pouco depois de defender o caseiro e elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela demissão de Palocci.
"O homem mais poderoso, no jargão da imprensa, foi demitido. Ou seja, o presidente Lula, que porta a hegemonia moral do país no Executivo, não contemporizou. Quando ele entendeu que havia uma transgressão, ele agiu", afirmou.
O ex-ministro criticou também o fato de o PT ter passado anos se portando como o único detentor da ética e, em seu governo, acabar envolvido em denúncias de corrupção.
"O PT vivia nessa história de ser o chicote moral da Nação. Uma parte desse calor eleitoral não é só eleitoral não. É 80% eleitoral, 10% real e 10% vingança. Não tem um camarada deste aí que não tem um petista entalado na goela", afirmou, em referência à ofensiva oposicionista sobre o governo.