O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em jantar com integrantes do PMDB, que só decidirá se é candidato à reeleição em junho. Até lá, de acordo com o anfitrião do jantar, Ney Suassuna (PMDB-PB), o presidente não falará sobre eleições e se concentrará em divulgar os dados do governo pelo País e inaugurar obras.
"O presidente disse: até junho vou inaugurar, lançar, divulgar, fazer tudo o que tenho direito porque sou o presidente eleito até o final do ano. Em junho eu direi se sou ou não candidato", afirmou Suassuna, relatando as declarações de Lula.
Na reunião com deputados, senadores, ministros e o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula disse que o governo fará propagandas para divulgar os resultados positivos do governo em todos os Estados.
Durante o jantar, coube à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, explicar os dados de programas sociais do governo. Os números teriam impressionado os peemedebistas.
Presentes ao encontro disseram que as informações apresentadas por Lula poderiam usar essas informações nas eleições de 2006. Os mesmos números serão levados ao PT, de acordo com o presidente. No entendimento do governo, existe uma "dicotomia" entre as realizações do governo e os dados divulgados publicamente. "Quando eu levar os dados ao PT eles também ficarão impressionados", disse Lula, conforme relato de Suassuna.
Lula na dianteira
Sem saber dos dados da nova pesquisa Ibope/IstoÉ que o aponta na frente da disputa presidencial em sete simulações, Lula disse que os dados que mostram a possível vitória do pré-candidato tucano José Serra (PSDB) não são conclusivos.
"O jogo não está jogado. O processo [eleitoral] nem começou. A pesquisa é um retrato do momento e tem que ser entendida como tal", afirmou o presidente do Senado. Calheiros reafirmou hoje não ver possibilidade de o partido fechar uma aliança com o PT para as eleições.
"Nenhum grande partido vai fechar uma aliança com outro grande partido, com exceção do PSDB e PFL. Ninguém numa convenção do PMDB vai defender uma aliança com o PT ou outro partido", concluiu.