Assessores da CPI dos Bingos vão acompanhar, a partir das 10h, o depoimento de Fernando Antonio de Castro Cardoso, atual presidente da multinacional Gtech do Brasil, à Polícia Federal. Em recente entrevista à imprensa, Fernando Cardoso disse que o advogado Rogério Buratti foi o "grande intermediador" da renovação do polêmico contrato entre a multinacional e a Caixa, assinado em abril de 2003. A renovação do contrato iniciado em 1997, pelo período de 25 meses, foi fixada em R$ 650 milhões.
Há oito anos, a Gtech presta serviços à Caixa no setor de loterias, incluindo processamento da apuração dos ganhadores, rateio e repasse de prêmios.
Assessor do ministro da Fazenda Antonio Palocci na época em que era prefeito da cidade de Ribeirão Preto (SP), Buratti foi acusado pelo ex-diretor de marketing da Gtech Marcelo Rovai de ter cobrado propina no valor de R$ 6 milhões, como garantia para que o contato fosse renovado.
Em depoimento à CPI dos Bingos, Rovai garantiu que Buratti tentou extorquir a empresa a mando de Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República. Buratti negou as acusações.
Na quarta-feira (28), no mesmo horário, a assessoria da CPI retornará à PF, em Brasília, para também acompanhar o depoimento de José Lindoso
Albuquerque Filho, ex-diretor comercial da Caixa.
A equipe de assessores da CPI dos Bingos é composta por dez consultores e analistas do Senado nas áreas de Orçamento, Economia e Direito, dois auditores do Tribunal de Contas da União, um auditor do Banco Central, dois delegados e um agente da PF.