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Congresso em Foco
20/11/2006 | Atualizado às 19:15
Mesmo após 118 anos da abolição da escravidão no Brasil, os negros e pardos ainda sofrem com a discriminação de raça e gênero. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Organização Internacional do Trabalho e de organizações não-governamentais comprovam que, em relação à população branca, os negros continuam sendo vítimas da segregação racial.
No Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado hoje em todo país, o Congresso em Foco apresenta alguns dados que apontam para a necessidade de políticas que promovam a igualdade racial. Embora os dados oficiais indiquem que eles representam 40% da população do país, as estatísticas mostram um verdadeiro abismo entre negros e brancos. Confira:
Números gerais:
* Apenas 26% dos negros vivem em moradias adequadas;
* Dos 594 congressistas, apenas 24 se declaravam negros ou pardos (4%) em 2005. Hoje, a Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial da Câmara é composta por 107 parlamentares. Levantamento informal, realizado pela assessoria do presidente da Frente, deputado Luiz Alberto, aponta que na próxima legislatura serão sete ou oito parlamentares negros;
* O índice de escolaridade mostra que as oportunidades ainda são menores para os negros. Atualmente, 45,9% dos brancos já concluíram o ensino médio. Entre as pessoas de pele negra ou parda, a proporção é de 28,5%; Negros e pardos têm 7,1 anos de estudo, e os brancos freqüentaram a escola por 8,7 anos;
* De 1995 a 2005, percentual de negros e pardos no ensino superior aumentou de 18% para 30%. Nos últimos cinco anos, entraram mais negros que brancos na rede pública. De 2001 a 2005, entraram mais negros e pardos (125 mil novos alunos) do que brancos (72 mil);
* Além de sofrer com a falta de crédito e a carga tributária, problemas comuns a todos os empresários no Brasil, o empreendedor negro tem sua atividade dificultada pela discriminação. Só 22% dos empreendedores do país são negros;
* A diferença de renda de negros e pardos em relação aos brancos cresce quanto maior for o nível de escolaridade do trabalhador. Em média, um branco ganhava em setembro deste ano R$ 1.292, o dobro do rendimento de negros e pardos (R$ 660). Negros e pardos recebem, em média, 51,1% do rendimento dos brancos;
* Entre trabalhadores com menos de um ano de estudo, brancos ganham em média 15% a mais do que os negros;
* Apesar de serem minoria da população em idade ativa, 50,8% dos desocupados em setembro eram negros ou pardos. Já os brancos, que representam 56,5% das pessoas em idade ativa, eram 48,6% dos desocupados. Dos 2,292 milhões de desempregados em setembro, 1,164 milhão eram negros ou pardos;
* A taxa de desemprego dos negros é de 11,8% contra 8,6% dos brancos;
* A taxa de informalidade para homens e mulheres negras é de 58%, mas, para os homens brancos é de 46,4%, e, para as negras, de 42,7%;
* A incidência de trabalho infantil é maior entre crianças negras do que brancas - atinge 2,4% das meninas brancas e 3,4% das negras. Entre os meninos, atinge 6% dos brancos e 8,8% dos negros;
* É interessante observar a ausência de negros em altos cargos do Itamaraty, da Igreja Católica e do Exército. A Petrobras, por exemplo, tem apenas 4% de afrodescendentes;
* Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 44,5% das mulheres negras nunca fizeram o exame clínico de mama, capaz de identificar o câncer em estágios iniciais. A porcentagem de mulheres brancas que nunca tiveram acesso a essa medida profilática é bem menor: 27,3%;
* Ainda há um abismo entre negros e brancos no índice de analfabetismo: 16% dos negros maiores de 15 anos são analfabetos, enquanto o problema atinge apenas 7% dos brancos na mesma faixa etária.
* O professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ, calculou separadamente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de brancos e negros. De acordo com o ranking dos melhores países em desenvolvimento humano de 2004, divulgado neste ano, o Brasil ocupa o 69º lugar. No entanto, se o Brasil fosse um país apenas de brancos, a posição do país seria a 46°. Semelhante a países como Qatar, Letônia e Ilhas Seicheles.
* Por sua vez, se o Brasil fosse um país 100% negro, a sua posição seria a 97º. Equivalente a de países como Geórgia, Irã e Maldivas. A diferença entre o Brasil branco e o Brasil negro seria de 51 posições (conforme a coluna do jornalista Ancelmo Gois no jornal O Globo).
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