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Fraga, Malan e Bacha enviam carta aberta a Lula alertando risco fiscal

O presidente eleito deu uma declaração recente, ao participar da COP27, criticando o mercado financeiro. Lula criticou reação a PEC

Congresso em Foco

17/11/2022 20:57

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Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central no governo FHC, desistiu de anular o voto para declarar apoio a Lula

Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central no governo FHC, desistiu de anular o voto para declarar apoio a Lula
O trio de economistas formado por Arminio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan publicou, nesta quinta-feira (17), uma carta aberta ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No texto, eles criticam as declarações recentes do petista sobre responsabilidade fiscal e o mercado financeiro. "A responsabilidade fiscal não é um obstáculo ao nobre anseio de responsabilidade social, para já ou o quanto antes. O teto de gastos não tira dinheiro da educação, da saúde, da cultura, para pagar juros a banqueiros gananciosos. Não é uma conspiração para desmontar a área social", diz um trecho da carta (confira abaixo a carta na íntegra). O presidente eleito deu uma declaração recente, ao participar da COP27, criticando o mercado financeiro. Lula criticou a reação do mercado financeiro ao texto da PEC da Transição. O texto prevê quase R$ 200 bilhões fora do teto de gastos. Os recursos são para financiar o Auxílio Brasil de R$ 600 e outras propostas do governo. "Se eu falar isso vai cair a bolsa, vai aumentar o dólar. Paciência. Porque o dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas é por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia", declarou Lula. Arminio Fraga é ex-presidente do Banco Central, Edmar Bacha é ex-presidente do BNDES e Pedro Malan é ex-ministro da Fazenda. Os três apoiaram, nestas eleições, a candidatura do ex-presidente Lula. "Imagino que seja motivo de grande frustração ver isso tudo. Será que o seu histórico de disciplina fiscal basta? A verdade é que os discursos e nomeações recentes e a PEC (proposta de emenda à Constituição) ora em discussão sugerem que não basta. Desculpe-nos a franqueza. Como o senhor sabe, apoiamos a sua eleição e torcemos por um Brasil melhor e mais justo", dizem no documento. Confira a carta na íntegra:  "Caro presidente eleito Lula, Assistimos a sua fala nesta quinta (17) cedo na COP27, no Egito. Acredite que compartilhamos de suas preocupações sociais e civilizatórias, a sua razão de viver. Não dá para conviver com tanta pobreza, desigualdade e fome aqui no Brasil. O desafio é tomar providências que não criem problemas maiores do que os que queremos resolver. A alta do dólar e a queda da Bolsa não são produto da ação de um grupo de especuladores mal-intencionados. A responsabilidade fiscal não é um obstáculo ao nobre anseio de responsabilidade social, para já ou o quanto antes. O teto de gastos não tira dinheiro da educação, da saúde, da cultura, para pagar juros a banqueiros gananciosos. Não é uma conspiração para desmontar a área social. Vejamos por quê. Uma economia depende de crédito para funcionar. O maior tomador de crédito na maioria dos países é o governo. No Brasil o governo paga taxas de juros altíssimas. Por quê? Porque não é percebido como um bom devedor. Seja pela via de um eventual calote direto, seja através da inflação, como ocorreu recentemente. O mesmo receio que afeta as taxas de juros afeta também o dólar. Imagino que seja motivo de grande frustração ver isso tudo. Será que o seu histórico de disciplina fiscal basta? A verdade é que os discursos e nomeações recentes e a PEC (proposta de emenda à Constituição) ora em discussão sugerem que não basta. Desculpe-nos a franqueza. Como o senhor sabe, apoiamos a sua eleição e torcemos por um Brasil melhor e mais justo. É preciso que se entenda que os juros, o dólar e a Bolsa são o produto das ações de todos na economia, dentro e fora do Brasil, sobretudo do próprio governo. Muita gente séria e trabalhadora, presidente. É preciso que não nos esqueçamos que dólar alto significa certo arrocho salarial, causado pela inflação que vem a reboque. Sabemos disso há décadas. Os sindicatos sabem. E também não custa lembrar que a Bolsa é hoje uma fonte relevante de capital para investimento real, canal esse que anda entupido. São todos sintomas da perda de confiança na moeda nacional, cuja manifestação mais extrema é a escalada da inflação. Quando o governo perde o seu crédito, a economia se arrebenta. Quando isso acontece, quem perde mais? Os pobres! O setor financeiro recebe juros, sim, mas presta serviços e repassa boa parte dos juros para o resto da economia, que lá deposita seus recursos. O teto, hoje a caminho de passar de furado a buraco aberto, foi uma tentativa de forçar uma organização de prioridades. Por que isso? Porque não dá para fazer tudo ao mesmo tempo sem pressionar os preços e os juros. O mundo aí fora está repleto de exemplos disso. Então por que falta dinheiro para áreas de crucial impacto social? Porque, implícita ou explicitamente, não se dá prioridade a elas. Essa é a realidade, que precisa ser encarada com transparência e coragem. O crédito público no Brasil está evaporando. Hora de tomar providências, sob pena de o povo outra vez tomar na cabeça. Respeitosamente, Arminio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan."
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