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CPI DAS BETS
Congresso em Foco
13/5/2025 13:11
A influenciadora digital e apresentadora do SBT Virgínia Fonseca presta depoimento nesta terça-feira (13) à comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado que apura suspeitas de crimes envolvendo casas de apostas online. Virgínia negou aos senadores que tenha recebido comissão em troca de aumento do lucro de uma dessas empresas, a Esportes da Sorte, conforme noticiado pela revista Piauí em janeiro.
Durante o depoimento, Virginia se defendeu das acusações com base nos contratos que firmou com as plataformas. Segundo ela, o acordo com a Esportes da Sorte, apontado como um dos principais contratos de publicidade, previa um valor fixo e uma bonificação apenas se houvesse aumento significativo de lucro para a empresa, o que, segundo a influenciadora, não ocorreu.
Assista às explicações da influenciadora na CPI:
"Eu fechei o meu contrato com o Esportes da Sorte e esse valor que eles me pagaram, se eu dobrasse o lucro dele, eu receberia 30% a mais da empresa, em momento algum, sobre perdas dos meus seguidores. Nunca teve sobre isso no contrato."
Questionada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), Virginia reforçou que seu contrato de publicidade não previa remuneração sobre o valor perdido por quem acessava as plataformas.
"O meu contrato não tem nada de anormal. Então, o que aconteceu foi isso, mas que nem foi atingido esse valor, nem foi dobrado. Então, eu nunca recebi um real a mais do que o meu contrato de publicidade que eu fiz por 18 meses. Então, era um valor fixo."
Ela também explicou que cláusulas semelhantes existiam em contratos com outras empresas, não apenas com plataformas de apostas.
"Lembrando que isso era uma cláusula padrão, que na época, com todos os outros meus contratos, eram assim, com todas as outras empresas. Então, não era só bets. Todos os outros eram assim."
Virginia afirmou que sempre seguiu as normas do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) ao promover jogos de aposta nas redes sociais.
"Quando eu posto, deixo muito claro que é um jogo, que menores de 18 anos não podem jogar, para jogarem com responsabilidade, coloco as imagens do Conar, nunca falei pra pessoa entrar e fazer o dinheiro da vida dela, mas não sei como as outras pessoas fazem. Tudo o que me passaram pra fazer, eu faço. Sempre deixo claro as exigências."
Ao ser confrontada sobre possíveis documentos que indicariam cláusulas de remuneração vinculadas às perdas dos seguidores, Virginia negou veementemente:"Não, não tem isso. Eu posso passar o contrato para o senhor. Não tem isso."
A influenciadora também comentou por que não se manifestou na época da publicação da reportagem da Piauí, que revelou detalhes sobre seu contrato com a Esportes da Sorte. "Na época, saiu [essa reportagem] e eu não podia responder por questão de confidencialidade, fui orientada pelo meu advogado na época", disse.
A CPI das Apostas foi instalada para investigar possíveis crimes financeiros, lavagem de dinheiro e aliciamento de influenciadores por plataformas de apostas esportivas e cassinos virtuais. O depoimento de Virginia ocorre em meio à pressão para regulamentação mais rígida sobre publicidade e monetização nesse setor. Até o momento, a comissão já colheu depoimentos de empresários, publicitários e especialistas do setor.