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ENTREVISTA EXCLUSIVA

MDB considera apoiar Tarcísio ao Planalto em 2026

Encarregado de construir o projeto eleitoral do MDB, o deputado Alceu Moreira apresenta os planos do partido para 2026.

Congresso em Foco

12/6/2025 | Atualizado às 15:39

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Alcançando a segunda maior posição em número de prefeituras nas eleições municipais de 2024, o MDB já se prepara para a disputa de 2026. O presidente da Fundação Ulysses Guimarães (think tank encarregada da formação dos quadros do partido), deputado Alceu Moreira (RS), foi escalado para construir a plataforma eleitoral da sigla na disputa ao Planalto. O nome ainda não está definido, mas entre as cartas disponíveis, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se destaca.

Tarcísio não é um emedebista, mas seu partido, o Republicanos, se aproxima de uma federação com o MDB, passo que Alceu Moreira considera "fatalmente" inevitável para a sobrevivência das duas legendas.

Presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Alceu Moreira é o responsável pela construção do projeto eleitoral do MDB.

Presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Alceu Moreira é o responsável pela construção do projeto eleitoral do MDB.Leonardo Ozório/Gabinete Alceu Moreira

Apesar de grandes, MDB e Republicanos disputam com titãs em seu próprio campo político: à direita, União Brasil e PP se federalizaram, formando a maior bancada da Câmara dos Deputados e ventilando o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ao Planalto. Ao centro, Gilberto Kassab incorpora a passos largos lideranças insatisfeitas dos demais partidos ao seu PSD.

O apoio a Tarcísio não é garantido: Alceu Moreira antecipa que, antes de decidir um nome, seu plano é desenhar um projeto de poder que possa unificar as bandeiras de seu partido, historicamente dividido entre lideranças do Norte e Nordeste, simpáticas ao governo Lula, e do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde preponderam quadros de direita e centro-direita.

Somente então, será definido um nome. As cartas também incluem governadores de estados, prefeitos de capitais e até mesmo o ex-presidente da Câmara e hoje secretário municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Aldo Rebelo.

Confira a seguir a entrevista exclusiva de Alceu Moreira ao Congresso em Foco:

Congresso em Foco: Como o MDB deve se posicionar na disputa eleitoral de 2026?

Deputado Alceu Moreira: Com a última reforma eleitoral, surgiu a necessidade, pela impossibilidade de fazer coligação proporcional, de formar federações. As federações, por si, modificam completamente o jeito de construir vitórias eleitorais e de acessar o poder no país.

Observe essa nova federação entre União Brasil e PP. Juntos, conseguem eleger mais parlamentares do que os dois partidos fariam separadamente. Não preciso nem dizer que, quando eles se organizam assim, já estão mirando imediatamente o acesso à Presidência da República.

Na centro-direita, MDB e Republicanos fatalmente vão acabar fazendo uma federação. E, quando isso acontecer, vão trazer partidos menores com eles. Juntos, novamente, elegem muito mais parlamentares do que se estivessem separados. Também estarão ligados a um projeto nacional.

O cenário caminha para uma convergência da centro-direita na construção de um projeto nacional: União Brasil, PP, o MDB, Republicanos e PSD, que resiste a fazer federações, caminham para um projeto comum. E esse projeto está muito ligado ao Tarcísio. Todo mundo mira o Tarcísio. Ele diz que não é candidato em hipótese alguma, faz esse discurso, mas o que a gente acredita é que ele quer ser obrigado a fazer o que ele mais quer.

Como o senhor vê o papel da esquerda nesse arranjo?

O PSB tende a se dividir internamente na disputa entre espaços na centro-esquerda e centro-direita. Já o PT, o PSOL, o PSTU e parte do próprio PDT devem estar num grupo de esquerda. Na minha visão, esse grupo ficará menor do que está hoje. Ele caminha para o seu próprio isolamento.

Quando Lula indica a Gleisi Hoffmann para fazer articulação política, ele está declarando seu isolamento. E quando ele diz que vai levar o Boulos, vai perder. Vai perder para a esquerda. Porque a esquerda pode construir um discurso de oposição vigoroso e voltar ao poder depois. Se Lula tentar fazer composição pelo centrão, acaba perdendo dos dois lados: esses partidos não estarão com ele na eleição e ele também não terá discurso de esquerda.

O PSDB também tem manifestado a possibilidade de, após a fusão com o Podemos, se federar ao MDB. Como o senhor avalia esse plano?

Acho bem possível, essa é uma ideia muito pragmática da parte deles. Se o PSDB e Podemos perceberem que não conseguem montar chapas fortes nos estados para construir força parlamentar, eles vão precisar se unir a um grupo como o nosso.

Mesmo assim, pode ser que não recorram à federação. Eles têm lideranças consolidadas, antigas, espalhadas por todos os estados. Se conseguirem agregar o Podemos e algum outro partido menor, podem formar uma força bastante representativa. O que é certo é que, a partir de 2027, a reunião de líderes da Câmara, que hoje é uma assembleia com quase trinta bancadas, não passará de dez.

Podemos dizer que, hoje, o MDB tem preferência por Tarcísio?

Ainda é cedo para afirmar, vai depender da composição geral do partido. O MDB não fecha questão, é uma frente. No Sul e Sudeste, o partido tem uma inclinação de centro-direita, mas tem uma grande parte do partido com verdadeira paixão pelo Lula. Isso é conhecido, principalmente no Norte e no Nordeste. E essa convivência é absolutamente admitida, a gente se respeita.

O pensamento que eu tenho, como deputado do Rio Grande do Sul e presidente da Fundação Ulysses Guimarães, é o de que a candidatura do Lula está perdendo fôlego. Não tem projeto futuro, não estimula renovação, não oferece saída para a economia do país neste momento.

Se ele não tiver musculatura suficiente, mesmo os emedebistas mais pragmáticos vão acabar aderindo ao nosso lado. Estamos construindo um projeto robusto, que chamamos "O Brasil precisa pensar o Brasil". Vamos percorrer o país inteiro e lançar esse projeto em outubro. Pode ser que tenhamos o Tarcísio como candidato, mas também pode ser que tenhamos um nome próprio à presidência. Mas antes da candidatura, vem o projeto.

Quais outros nomes aparecem nesse radar?

Temos grandes governadores, prefeitos de capitais, e figuras de peso como Aldo Rebelo. Há lideranças relevantes que podem crescer numa campanha com base sólida. Mas não temos, nem queremos ter agora, um nome oficial.

O foco agora é na construção programática. Hoje, o debate sobre o projeto de país no Brasil é muito raso: muitas vezes vemos uma Bíblia na mão direita, um Código Penal na esquerda e chamam isso de política.

Mas o Brasil federativo, com toda sua complexidade, não está sendo discutido. Ninguém sabe qual é o projeto em jogo, nem mesmo para discordar. E o que eu quero é isso: poder concordar ou discordar de um projeto concreto. Mas ele precisa existir. Por isso queremos desenhar um projeto claro. Como será a educação no plano do MDB? Como será a saúde? A organização urbana? As relações internacionais? A política para a Amazônia? A inclusão produtiva? É isso que nós queremos desenhar.

Tudo isso precisa estar definido num documento. Quem for candidato, seja do MDB ou apoiado por ele, terá de ter compromisso com esse projeto.

O União Brasil e o PP ventilam o nome do governador Ronaldo Caiado como possível presidenciável. Como o senhor vê esse movimento?

O projeto do União Brasil com o PP é robusto em termos de estrutura, mas tem limitações políticas. O nome de Caiado, por exemplo, é forte nos setores rurais mais conservadores, mas tem dificuldade para dialogar com os grandes centros urbanos. Seu discurso, marcado pela retórica de confronto e foco em segurança pública, tende a funcionar melhor em ambientes polarizados.

No entanto, o Brasil caminha para um esgotamento dessa polarização. As últimas eleições municipais mostraram que o eleitor busca soluções mais pragmáticas. A centro-direita precisa se preparar para oferecer isso um projeto de gestão, não só de identidade ideológica. Caiado pode ter papel importante, mas há dúvidas sobre sua capacidade de ampliar base.

Na última disputa presidencial, o MDB lançou Simone Tebet. Apesar de ter ficado em terceiro lugar, a distância entre a candidata e os dois primeiros foi muito grande. Como evitar que esse cenário se repita?

Toda eleição está condicionada ao momento. Naquele, a polarização foi extrema. Simone teve desempenho qualificado, ficou em terceiro, mas o espaço para o centro era mínimo.

O eleitor já começa a mostrar cansaço desse modelo. As últimas eleições municipais indicaram isso. O centro não é ponto de partida, é ponto de chegada. É onde há consenso, pacto, civilidade. É nessa direção que o MDB pode se destacar, desde que tenha um projeto que as pessoas reconheçam como solução concreta para seus problemas.

A única maneira de superar isso é retomar o que nos deu unidade no passado: causas. O MDB foi grande quando se uniu a favor do Diretas Já, pela Constituinte, por temas que transcendiam figuras públicas. Quando passou a se organizar por conveniência, perdeu relevância. Por isso o projeto que estamos desenhando não será uma colcha de retalhos. Ele terá eixo, método e compromisso.

É possível que o MDB continue na base do governo Lula quando as eleições estiverem próximas?

Acho quase impossível. O comportamento do MDB na eleição será definido pela clareza dos projetos em disputa. O partido tem um histórico de liberar seus quadros, o que imagino que não vá mudar, e eu não acredito que um dia o partido expulse alguém por apoiar candidato A ou B. Mas acho que a maior tendência é o partido convergir para essa unidade em torno de um projeto com um nome em comum.

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