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ESQUEMA DE ESPIONAGEM
Congresso em Foco
20/6/2025 | Atualizado às 16:04
O termo "Abin Paralela" tem sido usado para descrever um esquema clandestino de monitoramento e espionagem política que, segundo investigação da Polícia Federal, funcionou durante o governo Jair Bolsonaro. Em vez de atuar de acordo com as normas legais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), esse grupo teria operado com objetivos políticos, utilizando estrutura estatal para vigiar opositores, jornalistas, servidores públicos, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), lideranças de movimentos sociais, e até mesmo aliados do próprio governo.
O relatório da PF, que foi tornado público após decisão judicial, apresenta um extenso levantamento de documentos, mensagens, listas de monitorados e registros internos da própria Abin. As investigações apontam que a estrutura clandestina foi operada a partir do gabinete do então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, com o apoio direto de assessores próximos de Jair Bolsonaro.
Veja a íntegra do relatório da Polícia Federal
A lista divulgada no relatório da PF indica que mais de 150 pessoas foram monitoradas pela "Abin paralela". Entre os espionados, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, políticos como Renan Calheiros, Cláudio Castro e FHC, jornalistas como Reinaldo Azevedo e Monica Bergamo e servidores públicos. Castro é filiado ao partido de Jair Bolsonaro e seu aliado político no Rio.
Entre as evidências estão:
Segundo o inquérito, 60.734 consultas ilegais foram feitas no sistema, sem autorização judicial. As ações foram comandadas por uma organização criminosa instalada no alto escalão da Abin e ligada ao chamado "núcleo político", integrado por aliados do então presidente Jair Bolsonaro. Segundo as investigações, o ex-presidente era o principal destinatário das ações clandestinas.
A PF pediu o indiciamento de 36 pessoas. Entre elas, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, e o deputado Delegado Alexandre Ramagem.
O sistema "First Mile" permitia o monitoramento em tempo real da localização de celulares, criação de cercas geográficas (geofencing) e análise de deslocamento de alvos. A PF aponta que a ferramenta foi usada para fins políticos, incluindo monitoramento durante as eleições de 2020 e para ações de difamação contra adversários.
Veja alguns dos principais alvos estão da "Abin paralela":
Principais políticos monitorados
Alessandro Vieira (MDB-SE) - Senador
Cláudio Castro (PL) - Governador do RJ
David Miranda (RJ) - Ex-deputado federal, já falecido
Evair de Mello (PP-ES) - Deputado federal
Fernando Henrique Cardoso - Ex-presidente
Gustavo Gayer (PL-GO) - Deputado federal
Jean Wyllys (RJ) - Ex-deputado federal
João Campos (GO) - Ex-deputado federal
João Doria (sem partido) - Ex-governador de São Paulo
Joice Hasselmann - Ex-deputada federal
Kim Kataguiri (União-SP) - Deputado federal
Leo de Brito (PT-AC) - Ex-deputado federal
Luis Miranda (DF) - Ex-deputado federal
Marcelo Ramos (AM) Ex-deputado federal
Omar Aziz (PSD-AM) - Senador
Orlando Silva (PCdoB-SP) - Deputado federal
Paulo Pimenta (PT-RS) - Deputado federal
Randolfe Rodrigues (PT-AP) - Senador
Renan Calheiros (MDB-AL) - Senador
Ricardo Barros (PP-PR) - Deputado federal, líder do governo Bolsonaro
Rodrigo Maia (RJ) - Ex-deputado federal
Wilson Witzel - Ex-governador do Rio de Janeiro
Magistrados monitorados
Alexandre de Moraes - Ministro do STF
Gilmar Mendes - Ministro do STF
Luis Roberto Barroso - Ministro do STF
Márcia Santos Capanema de Souza - Juíza
Ney de Barros Bello Filho - Desembargador do TRF1
Jornalistas monitorados
Alice Martins da Costa Maciel
Christophe Deloire - jornalista francês, ex-secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras, falecido em 2024.
José Jesus Vicente
Luiz Otávio Bueno Cabral
Luiza Alves Bandeira
Marcio Andrade Junior
Monica Bergamo
Reinaldo Azevedo
Roberto Marcio de Castro Pedro
Vera Magalhães
Outros
Ana Cristina Valle - ex-esposa de Jair Bolsonaro
Gregório Duvivier - ator
Jair Renan Bolsonaro - filho de Jair Bolsonaro, vereador em Balneário Camboriu (SC)
Nelson Jobim - ex-ministro da Defesa, da Justiça e do Supremo Tribunal Federal
A PF concluiu concluiu que foram cometidos crimes como:
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