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Congresso em Foco
16/7/2025 13:48
O governo brasileiro formalizou nesta quarta-feira (15) uma reação à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros que, em teoria, começa a vigorar a partir de 1º de agosto. Em carta enviada a autoridades do governo norte-americano, os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) manifestaram "indignação" com a medida e pediram a retomada urgente do diálogo.
A carta também cobra resposta a uma proposta confidencial enviada pelo Brasil em maio e ainda não respondida. O governo argumenta que a taxação ameaça uma parceria econômica histórica e afetará negativamente os dois lados.
Proposta brasileira está sem resposta desde maio
Segundo o texto, o Brasil acumula déficit de quase US$ 410 bilhões com os EUA nos últimos 15 anos. Apesar disso, o país diz manter negociações de boa-fé e insiste em entender quais pontos despertam preocupação entre os americanos.
A carta reafirma que o Brasil está disposto a negociar uma solução "mutuamente aceitável" para evitar que a elevação das tarifas comprometa o comércio bilateral. Até agora, não houve sinal dos EUA de que queiram discutir os termos.
Leia, abaixo, a mensagem divulgada pelo governo brasileiro a respeito da carta:
"Envio de carta sobre tarifas dos Estados Unidos
No contexto do anúncio por parte do Governo norte-americano da imposição de tarifas contra exportações de produtos brasileiros para os EUA, o Vice-Presidente e Ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviaram ontem, dia 15 de julho, carta ao Secretário de Comercio dos EUA Howard Lutnick e ao Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, nos seguintes termos:
1. O Governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1 de agosto. A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países. Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas.
2 . Desde antes do anúncio das tarifas recíprocas em 2 de abril de 2025, e de maneira contínua desde então, o Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral, apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos. Para fazer avançar essas negociações, o Brasil solicitou, em diversas ocasiões, que os EUA identificassem áreas específicas de preocupação para o governo norte-americano.
3. Com esse mesmo espírito, o Governo brasileiro apresentou, em 16 de maio de 2025, minuta confidencial de proposta contendo áreas de negociação nas quais poderíamos explorar mais a fundo soluções mutuamente acordadas.
4. O Governo brasileiro ainda aguarda a resposta dos EUA à sua proposta.
5. Com base nessas considerações e à luz da urgência do tema, o Governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral."
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