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TARIFAÇO DE TRUMP
Congresso em Foco
3/8/2025 | Atualizado às 15:51
Em resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (3) que o Brasil tem "limites para brigar com os EUA", mas também não tem medo de negociar e exigirá respeito na relação bilateral. A declaração foi feita durante o encerramento do 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília, evento que marcou a posse de Edinho Silva como novo presidente do partido.
Lula afirmou que, embora o Brasil adote uma postura de cautela nas negociações com os EUA, não aceitará imposições unilaterais e injustificadas. "Eles têm que saber que nós temos o que negociar. Nós queremos negociar em igualdade de condições", disse o presidente, acrescentando que "colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável".
"Quem quiser confusão conosco, pode saber que nós não queremos brigar. Agora, não pensem que nós temos medo", enfatizou Lula.
Ele destacou que os Estados Unidos são uma potência econômica, bélica e tecnológica, mas o Brasil não pode ser tratado como uma "republiqueta". "Queremos crescer, temos interesses econômicos, estratégicos, queremos ser respeitados pelo nosso tamanho", afirmou.
Crítica à subordinação ao dólar e defesa de moeda alternativa
Lula também voltou a defender a criação de uma moeda alternativa ao dólar para o comércio internacional, proposta que vem gerando incômodo no governo norte-americano. "Eu não preciso ficar subordinado ao dólar. Eu não estou falando isso agora, não. Essa é uma ideia antiga", reiterou.
O presidente ressaltou que a busca por maior autonomia monetária é parte do esforço para fortalecer a soberania nacional e diversificar as relações comerciais do Brasil. Desde o anúncio das tarifas, o governo lançou a campanha "Brasil com S de Soberania", destacando a independência e a dignidade nas relações exteriores.
Limites e disposição para o diálogo
Lula reconheceu a importância das relações diplomáticas com os EUA, que remontam a mais de 200 anos, mas alertou para a necessidade de um diálogo baseado no respeito mútuo. "Eu tenho um limite de briga com o governo americano. Eu não posso falar tudo que acho que tenho que falar. Temos que falar apenas o que é necessário", afirmou, sinalizando disposição para o diálogo, mas sem submissão.
Ele também revelou que propostas já foram apresentadas por integrantes do governo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores. "As propostas estão na mesa", reforçou, em referência à abertura de diálogo com Trump, que na última sexta-feira acenou positivamente à possibilidade de conversas com Lula.
Excrescência da política
O tom político do discurso também incluiu críticas à oposição brasileira. Lula acusou parlamentares de "trair o povo brasileiro" ao apoiar ações internacionais contrárias aos interesses do país. Segundo ele, é inadmissível que políticos renunciem ao mandato para pedir ao governo americano o aumento das tarifas contra o Brasil. "Eles estão se abraçando à bandeira americana para trair a pátria", disparou, em alusão ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se apresenta como responsável pelas articulações com o governo dos EUA para sancionar o ministro Alexandre de Moraes e a economia brasileira. "É a excrescência da excrescência da política", ressaltou o presidente.
Lula afirmou que seu governo não busca conflitos com nenhum país. "Este país é um país de paz. Nós queremos crescer economicamente, dar mais dignidade ao nosso povo. Não queremos confusão, mas não pensem que temos medo", declarou.
Contexto do embate comercial
A escalada de tensões teve início com a decisão de Trump, ainda em seu primeiro ano de mandato, de elevar em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, medida que impacta setores-chave da economia nacional. Na tentativa de abrir um canal de diálogo, o chanceler Mauro Vieira se reuniu na semana passada com o secretário de Estado americano, Marco Rubio - primeiro encontro formal entre os governos desde a posse de Trump. Os Estados Unidos deixaram cerca de 700 produtos fora do tarifaço de 50%.
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