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NEGÓCIO VETADO
Congresso em Foco
4/9/2025 | Atualizado às 9:13
O Banco Central (BC) rejeitou, nessa quarta-feira (3), a proposta de aquisição do Banco Master pelo estatal BRB (Banco de Brasília). As instituições já foram notificadas da decisão. A operação previa que o BRB assumisse 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Master, totalizando 58% do capital.
Logo após a divulgação da notícia, o BRB emitiu comunicado ao mercado confirmando o indeferimento. No texto, o banco informou ter solicitado acesso à íntegra da decisão para avaliar eventuais medidas cabíveis e reafirmou sua convicção nos fundamentos da transação. "A operação representa uma oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional", declarou a instituição (veja a íntegra mais abaixo).
A análise do caso vinha sendo acompanhada de perto pela diretoria do BC, que tinha até um ano para se manifestar, mas sinalizava interesse em encerrar a avaliação rapidamente. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Gomes, foi o principal opositor dentro da autarquia, levantando preocupações sobre os riscos da transação.
O fechamento do negócio dependia de cinco condicionantes, incluindo uma auditoria do BRB nos ativos e passivos do Master. Pelo desenho da operação, ativos de maior risco, como precatórios, créditos de ações judiciais e participações empresariais, ficariam de fora do acordo, em uma espécie de separação entre um "good bank" e um "bad bank".
No plano político, a negociação gerou controvérsia. Como banco estatal controlado pelo governo do Distrito Federal, o BRB foi alvo de críticas de lideranças locais. Parlamentares questionaram a exposição de recursos públicos em uma instituição marcada por apostas arriscadas em precatórios e pela dependência de CDBs para financiar sua expansão.
A disputa trouxe reflexos sobre o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Críticos da transação alegaram que, diante de uma possível fragilidade financeira do Master, seria elevado o risco de quebra da instituição, o que exigiria socorro do fundo, financiado por diferentes instituições do sistema bancário. Após meses de debates, em agosto houve mudanças nas regras do FGC para restringir sua utilização em operações de maior risco.
Cade aprovou sem restrições
No campo concorrencial, a operação havia recebido aval em junho da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O órgão concluiu que a compra não traria riscos de concentração, já que a participação combinada dos bancos ficaria abaixo de 20%, limite a partir do qual há presunção de posição dominante.
Com o sinal verde do Cade e o indeferimento do BC, a avaliação sobre a transação ficou restrita ao campo regulatório e prudencial. Agora, caberá ao BRB decidir se recorre ou se buscará alternativas para a estratégia de expansão anunciada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).
No comunicado assinado pelo diretor executivo de Finanças e Controladoria, Dario Oswaldo Garcia Junior, e pelo gerente de Relações com Investidores, Iure Cavalcante Oliveira, o BRB afirmou que manterá o mercado informado sobre "eventuais desdobramentos relevantes, nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis". O Banco Master divulgou nota em que afirma estar "confiante na sua estratégia e na sua operação" (veja mais abaixo).
Veja a íntegra do comunicado do BRB:
"Fato Relevante
Brasília, 03 de setembro de 2025.
O BRB - Banco de Brasília S.A. ("BRB"; B3: BSLI3 e BSLI4) comunica aos seusacionistas e ao mercado em geral que foi informado pelo Banco Central ("Bacen") sobre o indeferimento do requerimento protocolado em 28 de março de 2025, referente à aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master S.A. ("Banco Master"). O BRB apresentou solicitação de acesso à íntegra da decisão, com o objetivo de avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis.
O BRB reitera seu posicionamento de que a transação representa uma oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional e manterá seus acionistas e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos relevantes, nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis.
BRB - Banco de Brasília S.A.
Dario Oswaldo Garcia Junior - Diretor Executivo de Finanças e Controladoria e Diretor de Relações com Investidores
Iure Cavalcante Oliveira - Gerente de Relações com Investidores"
Abaixo, a íntegra da nota do Banco Master:
"O Banco Master aguarda ter acesso à íntegra do documento para avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis sobre a decisão do Banco Central a respeito da negociação com o BRB.
O banco continua confiante na sua estratégia e na sua operação, que fizeram com que se destacasse num mercado altamente concentrado."
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