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ECONOMIA
Congresso em Foco
2/10/2025 12:27
O governo federal tem até a próxima quarta-feira (8) para aprovar a Medida Provisória 1.303/25, que altera a tributação de aplicações financeiras, apostas online e ativos virtuais. Caso contrário, a medida caduca e perde validade. O relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), admite que terá de ceder em pontos sensíveis para garantir a aprovação. A comissão mista que analisa a matéria votará o parecer na terça-feira (7), véspera do prazo final. Em menos de 24 horas, o texto ainda precisará ser apreciado pelos plenários da Câmara e do Senado. O cronograma apertado aumenta a pressão política e cria um risco real de derrota. Um dos principais pontos da medida é a padronização das alíquotas para aplicações financeiras em geral a partir de 2026.
Veja a versão atual do relatório de Zarattini
Para aprová-la, o relator analisa a possibilidade de ceder em pontos estratégicos, como a taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e apostas online. O desafio é salvar a espinha dorsal do texto sem perder sua capacidade arrecadatória.
A MP 1.303 nasceu para substituir a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e garantir receita após a derrota inicial do governo no Congresso. Agora, corre contra o tempo para não caducar. No fim de 2024, o presidente Lula havia editado um decreto aumentando as alíquotas do IOF para reforçar a arrecadação. O Congresso reagiu e derrubou o decreto em março deste ano, reduzindo o espaço fiscal do governo.
Para compensar a perda, a Fazenda editou a MP 1.303, em junho, criando novas regras de tributação para investimentos financeiros e ativos virtuais. Depois, o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que devolveu parte do aumento do IOF. Ainda assim, o governo manteve a medida em tramitação, alegando que ela traz justiça tributária e arrecadação adicional mais estável, estimada em até R$ 52 bilhões até 2028.
O que prevê a MP 1.303/25
Entre os principais pontos da medida estão:
Resistências e pontos de tensão
Apesar da relevância fiscal, a MP enfrenta resistência em três frentes:
Concessões em vista
Zarattini já sinalizou que está disposto a rever pontos polêmicos para viabilizar a aprovação:
Em aceno ao agronegócio e ao Centrão, o relator afirmou que não está fechado à discussão. "Nós estamos evoluindo muito nessa discussão para garantir que essas aplicações LCA, LCI ou LCD, que são letras que incentivam o desenvolvimento de infraestrutura, elas continuem servindo para financiar setores importantes da economia nacional. Estamos buscando junto ao Ministério da Fazenda um acordo para reduzir essa tributação, para garantir que a gente continue tendo recurso. Na verdade, até mesmo esse imposto que está sendo colocado na medida provisória, ele tem muito mais um caráter regulatório do que um caráter arrecadatório. A arrecadação é pequena," defendeu Zarattini em entrevista à Rádio Câmara veiculada nesta quinta-feira (2).
O que está em jogo
Equilíbrio fiscal: sem a MP, o governo perde uma das principais fontes extras de arrecadação previstas para 2025 e 2026.
Clima político: o fracasso enfraqueceria o Ministério da Fazenda e aumentaria a pressão sobre o Planalto nas negociações com o Congresso.
Mercado: a não aprovação deixaria em aberto regras de tributação de ativos virtuais e aplicações financeiras, ampliando a insegurança jurídica.
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