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Lula prevê acordo com os EUA: "Sei a hora de ceder e de não ceder"

Após encontro com Trump, presidente exibe confiança e aposta em solução rápida para o impasse comercial com os EUA.

Congresso em Foco

27/10/2025 | Atualizado às 8:53

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Em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente Lula afirmou nesta segunda-feira (27) estar otimista quanto a uma solução rápida para o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos. Um dia após se reunir com o presidente norte-americano, Donald Trump, durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), Lula disse acreditar que a suspensão das tarifas impostas às exportações brasileiras é questão de "poucos dias".

Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil. O que interessa numa mesa de negociação é o futuro, é o que você vai negociar para frente. A gente não quer confusão, a gente quer negociação. A gente não quer demora, quer resultado", afirmou o presidente, em tom otimista.

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Experiência de negociador

Aos 80 anos, completados nesta segunda-feira, Lula exibiu confiança e bom humor ao comentar as tratativas com o governo americano. Questionado sobre o ritmo das conversas, fez questão de destacar sua trajetória como negociador, da época de sindicalista às complexas mesas internacionais de hoje.

"Se tem uma coisa que eu aprendi a fazer é negociação. Sei a hora de ceder e de não ceder."

O presidente acrescentou que não há temas vetados nas discussões e que o Brasil está aberto a tratar de todos os assuntos de interesse comum. "Se ele quiser discutir minerais críticos, terras raras, etanol, açúcar, não tem problema. Eu sou uma metamorfose ambulante na mesa de negociação", declarou, em alusão à música de Raul Seixas.

Segundo Lula, o encontro com Trump foi "surpreendentemente bom" e marcado pelo respeito mútuo. "Fiz questão de dizer ao presidente Trump que o fato de termos posições ideológicas diferentes não impede que dois chefes de Estado tratem a relação com muito respeito", afirmou. "Ele me respeita porque fui eleito pelo povo brasileiro, e eu o respeito porque ele foi eleito pelo povo americano."

Caminho para um novo acordo comercial

As negociações buscam reverter a tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros desde julho. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, reuniram-se na manhã desta segunda-feira com o secretário do Tesouro americano e o representante de comércio da Casa Branca.

Segundo Vieira, os dois lados concordaram em estabelecer um cronograma de reuniões técnicas com o objetivo de "construir um acordo satisfatório para ambas as partes". Rosa classificou as conversas como "espetacularmente positivas" e afirmou que o diálogo agora é "puramente comercial", sem as tensões políticas que marcaram as últimas semanas.

Lula disse ter entregado a Trump um documento demonstrando que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial com o Brasil, argumento usado para contestar a justificativa americana para o tarifaço. "Nós provamos que houve superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos. Só no ano passado foram quase 22 bilhões de dólares para os Estados Unidos", afirmou.

Diplomacia pragmática e plural

O presidente reafirmou que o Brasil continuará buscando uma política externa "ativa e altiva", baseada na diversificação de parcerias e na defesa do livre-comércio. "Não temos preferência. Quero continuar tendo uma belíssima relação com a China, com os Estados Unidos e com a União Europeia. O nosso negócio é fazer negócio", resumiu.

Lula também reiterou que o país não aceita "uma nova Guerra Fria" e que manterá diálogo com todos os parceiros estratégicos. Durante a reunião com Trump, colocou-se à disposição para mediar as tensões entre os EUA e a Venezuela, afirmando que o continente deve ser uma "zona de paz".

"O Brasil não tem interesse que haja uma guerra na América do Sul. A nossa guerra é contra a pobreza e a fome", disse. "Se a gente não conseguir resolver o problema da miséria, como é que vai fazer guerra? Para matar os famintos? Não dá para achar que tudo se resolve à base da bala."

Agenda intensa

Lula teve uma agenda de cinco dias intensa no Sudeste Asiático. Na Indonésia e na Malásia, assinou 15 acordos e memorandos de cooperação em áreas como semicondutores, ciência, energia limpa e agricultura sustentável. Ele também reafirmou o apoio brasileiro à candidatura da Malásia para integrar o grupo dos Brics como membro pleno e convidou Trump para participar da COP30, que será realizada em novembro em Belém.

"Convidei ele para ir à COP e disse: 'Se você não acredita, vá lá para dizer o que pensa. Não dá para fingir que não há uma situação climática", contou.

A viagem, acompanhada por mais de cem empresários brasileiros, foi descrita por Lula como "extraordinariamente produtiva". "O presidente não faz negócio, ele abre portas", disse, ao falar sobre as novas oportunidades de cooperação.

Ao completar oito décadas de vida, Lula encerrou a entrevista com uma reflexão sobre sua trajetória e disposição para continuar governando. "Eu nunca me senti tão vivo e com tanta vontade de viver", declarou. E, com o mesmo tom que marcou sua carreira política e sindical, concluiu: "Gostemos ou não gostemos um do outro, temos que assumir nossas responsabilidades com a nação que nos elegeu."

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