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DESVIO DE APOSENTADORIAS
Congresso em Foco
11/11/2025 | Atualizado às 11:32
O Republicanos anunciou nesta terça-feira (11) a suspensão da filiação partidária de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA). A medida, determinada pelo Conselho de Ética e Disciplina Nacional, ocorre em meio à investigação da Polícia Federal sobre fraudes previdenciárias envolvendo a entidade.
Em nota, o partido afirmou que repudia qualquer forma de fraude ou corrupção e que "reitera seu compromisso inegociável com a ética, a legalidade e a proteção da população brasileira, especialmente dos idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade".
No último dia 3, durante depoimento à CPMI do INSS, Lincoln foi preso por falso testemunho por determinação do presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG). Ele foi solto horas depois, após pagar fiança. Ao longo da oitiva, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) anunciou que havia solicitado a expulsão dele do partido.
Entidade sob investigação da PF
A CBPA, presidida por Lincoln, é uma das organizações investigadas na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025 pela Polícia Federal, com apoio da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Previdência Social.
As investigações apontam que a entidade teria recebido indevidamente R$ 221 milhões por meio de descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, entre 2019 e 2024. Durante a audiência, Lincoln afirmou não ter relação com Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", apontado como operador do esquema. O relator, contudo, apresentou mensagens e registros que indicam vínculo entre ambos.
Histórico
Natural de Natal (RN), 64 anos, Abraão Lincoln tem longa trajetória política. Foi candidato a deputado federal pelo PRB (atual Republicanos) em 2014 e 2018, ficando na suplência. Também disputou duas vezes o cargo de deputado estadual pelo PMDB, sem êxito.
Ele presidiu, até 2015, a Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), quando foi preso na Operação Enredados, que apurou a emissão ilegal de permissões de pesca industrial com participação de servidores do Ministério da Pesca. Após deixar a CNPA, fundou a CBPA, hoje investigada pela PF.
Em 2019, teve as contas de campanha desaprovadas e foi obrigado a devolver R$ 21 mil ao Tesouro Nacional - dívida quitada apenas em 2025.
Com a suspensão preventiva da filiação, Abraão Lincoln perde temporariamente os direitos partidários e não pode participar de reuniões nem representar o Republicanos. A expulsão definitiva ainda será analisada pelo Conselho de Ética, após a conclusão dos inquéritos e do processo disciplinar.
A CPMI do INSS, por sua vez, deve concluir seu relatório até dezembro de 2025, com possíveis pedidos de indiciamento e bloqueio de bens de dirigentes de entidades investigadas.
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