Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Inflação pode ser pressionada por fim de regime tributário para setor ...

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Indústria química

Inflação pode ser pressionada por fim de regime tributário para setor químico

Fim do regime industrial ameaça não só a indústria química como pode impactar preços de toda a cadeia produtiva, produzindo inflação

Congresso em Foco

24/5/2022 | Atualizado 25/5/2022 às 13:44

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

As indústrias químicas brasileiras são fundamentais para a economia. Foi o que o governo federal declarou, por escrito, no Decreto nº 10.329, de 28 de abril de 2020, que incluiu o setor como um dos serviços essenciais durante a pandemia. Mas a edição da Medida Provisória (MP) 1095/21, que elimina o Regime Especial da Indústria Química (Reiq), que garante tratamento tributário mais favorável ao segmento, trouxe uma série de incertezas para o setor e pode ter efeitos no bolso do consumidor. O alerta foi feito por senadores e representantes da indústria química durante webinar realizado nesta quarta-feira (25) pelo Congresso em Foco para discutir os efeitos da eventual aprovação da MP. Participaram do debate os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Lasier Martins (Podemos-RS), o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Ciro Marino, o diretor de Relações Institucionais da entidade, André Passos, e  o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Roberto Flamenghi. A mediação foi do diretor do Congresso em Foco Análise, Rudolfo Lago. Assista: Ciro Marino, presidente da Abiquim, afirmou que o processo de extinção do Reiq foi algo "gradual" e que a extinção do regime diferenciado trará grande impacto para o setor e também para o consumidor de outros produtos. "Como reflexo específico da extinção do Reiq, eu posso encaminhar duas vertentes. Uma delas é a insegurança jurídica que, ao nosso ver, é o maior problema hoje. E uma outra vereda, que é caminharmos nos impactos mercadológicos e financeiros", declarou.  A Abiquim adverte que o aumento tributário provocado pelo fim do Reiq acabará sendo repassado aos custos, provocando um efeito dominó que atingirá praticamente toda a produção em um momento em que o país sofre fortemente o impacto da inflação.

"Pior momento"

O senador Lasier Martins considera que a MP provoca um "grande prejuízo" ao país no "pior momento". A medida provisória em tramitação no Senado deverá impactar na alta da inflação. O IPCA-15, prévia da inflação, divulgado esta semana, já indica um aumento anual da inflação superior a 12%. No seu último Boletim Macrofiscal, o Ministério da Economia já revisara sua expectativa de inflação para este ano, passando a previsão de 6,5% para 7,9%. Tal situação corre o risco de se agravar, se a alta de impostos na indústria química acabar sendo repassada pelo aumento de custos para toda a cadeira produtiva. "A medida só traz prejuízos, e vem no pior momento: em cima de um conflito no Leste Europeu e onde nós temos um risco de não ter os fertilizantes de lá. Os produtos químicos são fundamentais na nossa vida, eles estão em todos os setores. Assim como a água e a energia elétrica, a indústria química é produto de primeira necessidade", ressaltou o senador. Atualmente, o Brasil importa 85% dos fertilizantes que utiliza e, somente da Rússia, vêm 23% dessas importações. Dessa forma, quanto mais dependente do produto internacional, mais vulnerável estará a indústria nacional. A MP fala em preservação e retorno do Reiq em janeiro de 2023. Na prática, no entanto, os dispositivos incluídos no texto do relator acabam com o regime. O texto aprovado dá ao Poder Executivo a responsabilidade de regulamentar as contrapartidas elencadas, sem estabelecer um prazo para tal providência. Em outras palavras, permite que se protele a nova regulamentação do regime.

Perda de empregos e arrecadação

A Abiquim estima que a MP provocará efeitos extremamente danosos à indústria química, com a perda de R$ 5,5 bilhões anuais no Produto Interno Bruto (PIB). "O preço dos produtos gerados pela indústria química é formado fora do Brasil. Sem o Reiq, o setor vai perder competitividade, o que representará uma retração de R$ 11,5 bilhões na produção", afirmou Ciro Marino. Segundo a entidade, a medida também resultará na perda de 85 mil empregos e na queda da arrecadação do governo com impostos. A associação também se preocupa com o impacto da medida na competitividade da indústria brasileira em relação ao mercado internacional. "Apesar de a intenção declarada, ao cancelar o Reiq, seja aumentar a arrecadação, na prática, com a redução da atividade industrial, o governo deixará de recolher R$ 1,7 bilhão", informou Marino. O diretor de Relações Institucionais da Abiquim, André Passos, ressaltou que um dos impactos da extinção do regime especial é a ausência de estímulos suficientes para a indústria competir no mercado internacional. "A extinção do Reiq leva a um aumento dessa distância entre o Brasil, Coreia do Sul, França, Alemanha, Japão, Estados Unidos e China, que são as principais economias industrializadas. Ou seja, desta forma, nós vamos acelerar o processo de desinvestimento no setor industrial brasileiro", disse. A entidade e 75 outras instituições que apoiam a manutenção do Reiq trabalham para que o Senado rejeite ou deixe a MP caducar, ou seja, não a aprecie até o seu prazo final, que é o dia 1º de junho. Uma outra possibilidade é a modificação da MP dando garantias de manutenção do regime especial. O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Roberto Flamenghi, explicou que a instituição tem atuado juntamente do Congresso Nacional para preservar as indústrias petroquímicas. "De 2014 até hoje, o regime especial foi muito importante para as indústrias. E, de repente, nós temos a possibilidade de perder esse incentivo. O Reiq é uma forma de subsídio para incentivar a indústria a fazer novos investimentos e se manter atualizada", defendeu. No Congresso A MP 1095 foi aprovada em 17 de maio pelos deputados. O relator da proposta, deputado Alex Manente (Cidadania-SP), apresentou um Projeto de Lei de Conversão (PLV), que, diferentemente do que propunha o governo no texto original, estende o benefício até 2027. Segundo ele, a extensão do regime fiscal diferenciado levou em consideração a importância do setor para toda a economia brasileira. O texto original previa o fim imediato do incentivo. Mas a Câmara decidiu propor uma nova transição até 2027, com extinção a partir de 2028. Em vez de acabar em 31 de dezembro de 2024, o incentivo vai até 31 de dezembro de 2027. O senador Luis Carlos Heinze afirmou que encaminhou uma emenda ao relator da MP no Senado, Weverton Rocha (PDT-MA). Segundo ele, o dispositivo "praticamente mantém o Reiq". "Nós ainda temos que acertar uma emenda de plenário com o Weverton e negociar com o governo sobre a importância do regime. Vou trabalhar para que nós possamos aprovar este destaque", disse o senador, que é um dos principais aliados do governo no Senado. A medida provisória é a segunda tentativa do Executivo de retirar de uma só vez os incentivos ao setor. A primeira tentativa foi por meio da MP 1.034/2021, cujos efeitos começariam em julho daquele ano. No entanto, o Congresso alterou a matéria e estabeleceu uma transição de quatro anos para o fim dos incentivos. Com o fim do incentivo, o Poder Executivo estima aumentar a arrecadação em R$ 573 milhões neste ano de 2022. De acordo com o Palácio do Planalto, a medida seria necessária para compensar a isenção de R$ 1,13 bilhão no Imposto de Renda concedida entre 2022 e 2024 para empresas aéreas com leasing de aeronaves.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Congresso em Foco tributação regime especial Regime Especial da Indústria Química webinar abiquim Indústria química assista MP 1095

Temas

País Webinar Notícia

LEIA MAIS

Justiça

TCE do Acre determina afastamento de secretário aliado de deputada

MARITUBA (PA)

Prefeita explica vídeo dançando de biquíni: "Só uma encenação"

DIREITOS HUMANOS

Vereador amazonense é afastado do cargo por torturar enteado

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

3

CPMI do INSS

Congresso pode ter sessão conjunta na terça e instalar CPMI do INSS

4

Justiça

Moraes pede à Meta para analisar perfis atribuídos a Mauro Cid

5

Segurança Pública

Comissão aprova reintegração de trechos vetados em lei das polícias

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES