Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Congresso está há 900 dias em silêncio sobre prisão em segunda ...

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Brasil da impunidade?

Congresso está há 900 dias em silêncio sobre prisão em segunda instância

O Brasil, que há poucos anos convivia com ápice da luta contra a corrupção, tenha retrocedido tanto, escreve deputada Renata Abreu

Congresso em Foco

2/5/2022 7:40

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

*Renata Abeu Há 900 dias, a sociedade brasileira espera a volta da prisão após condenação em segunda instância. O revisionismo do Supremo Tribunal Federal, em 2019, colocou o Brasil na contramão do mundo. E o silêncio do Congresso Nacional ao não aprovar uma legislação pacificando a execução da pena em segundo grau mantém o Brasil, nesse aspecto, isolado da comunidade internacional. O Estado brasileiro é o único dentre os 194 países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU) que não tem em sua legislação a previsão de prisão após condenação em segunda instância. Por quatro vezes, o STF mudou o entendimento sobre a segunda instância, criando instabilidade jurídica. A mudança beneficia apenas poderosos que podem exercer interposição sucessiva de recursos protelatórios com objetivo da prescrição, enquanto os cidadãos comuns jamais conseguem chegar às instâncias superiores. Para piorar, o revisionismo da instância máxima do Poder Judiciário foi além da sua própria decisão. O "freio de arrumação" acabou servindo de senha para uma série de manobras que viriam a ser feitas para se garantir a impunidade no Brasil e para permitir que políticos presos e fichas-sujas pudessem voltar à disputa eleitoral em 2022. Assim, na esteira da decisão do STF, somaram-se inúmeros retrocessos na legislação de combate à corrupção no país: anulação de condenações da Lava Jato; enfraquecimento da Lei da Ficha Limpa; esvaziamento da Lei de Improbidade Administrativa; a aprovação da lei que criou o juiz de garantias - mais um passo em direção à impunidade; interferência política nos órgãos e instituições de investigação para perseguir membros do Ministério Público e quem, um dia, ousou combater a corrupção; por fim, o asfixiamento da Operação Lava Jato, até seu completo encerramento. É até difícil acreditar que o Brasil, que há poucos anos convivia com ápice da luta contra a corrupção, tenha retrocedido tanto e de forma tão rápida. Por um momento em nossa história, tivemos a sensação de que deixaríamos de ser o país da impunidade. Hoje, a situação brasileira é tão grave que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em decisão inédita confirmou, em 2021, a criação de um Grupo de Trabalho Anticorrupção, composto por membros dos Estados Unidos, Itália e Noruega, para monitorar a situação no Brasil. Entre os motivos de maior preocupação da entidade, estão o fim da Lava Jato e a aprovação da lei de abuso de autoridade. O combate à corrupção precisa ser levado tão a sério quanto problemas sociais, como a fome, por exemplo. É sabido que boa parte das refeições que falta na mesa das famílias de baixa rendo do nosso país, a falta de um ensino de qualidade e a falta de vagas em um hospital decorrem do desvio de recursos. Não por acaso, países que estão no topo do ranking de percepção de combate à corrupção, de acordo com a Transparência Internacional, têm também os melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), como Noruega, Suíça, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, entre outros. Já o Brasil, com relação ao Índice de Percepção de Corrupção (IPC) de 2021, ocupa a 96º, dentre 180 países avaliados. Em ano eleitoral, dificilmente o Congresso - que até agora não aprovou - fará esforços para votar matérias como a volta da segunda instância e a PEC do fim do foro privilegiado. Muito provavelmente, logo passaremos de 900 dias a 1.000 dias sem previsão de execução da pena em segundo grau no país. Mas é dever daqueles que têm compromisso com o combate à corrupção e com o fim da impunidade seguir pressionando as autoridades até que o Brasil possa avançar no fortalecimento de uma legislação anticorrupção, e que a sociedade brasileira possa resgatar a confiança no Congresso Nacional e no Poder Judiciário. E nós, do Podemos, temos esse compromisso com uma nova Justiça, igual para todos, e com o futuro do Brasil. Não há o que temer quando se caminha em direção da justiça e da igualdade de direitos. *Renata Abreu é presidente Nacional do Podemos e deputada federal por São Paulo O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].  
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Congresso corrupção artigo Opinião Renata Abreu segunda instância

Temas

Fórum

LEIA MAIS

Congresso

Câmara aprova horário especial para provas por motivo religioso

DESVIO DE EMENDAS

STF ouve testemunhas em ação contra deputados do PL por propina

Ocupação da Câmara

Deputado que ocupou Câmara pede punição até para ele mesmo

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Tarifaço

Motta critica Eduardo Bolsonaro: "Nem os seus apoiadores concordam"

2

REAÇÃO NA CÂMARA

Vídeo de Felca gera mais de 30 projetos sobre adultização de crianças

3

Revisão

Haddad diz estar aberto a flexibilizar mudanças no seguro-defeso

4

Ocupação da Câmara

Deputado que ocupou Câmara pede punição até para ele mesmo

5

PLATAFORMAS DIGITAIS

Após vídeo de Felca, Lula enviará ao Congresso projeto sobre big techs

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES