Sem apoio, Valadares deixa Conselho de Ética

Eduardo Militão

Cotado para assumir a presidência do Conselho de Ética do Senado, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) decidiu hoje renunciar a vaga ao colegiado, que havia assumido ontem. O motivo foi a falta de consenso entre os colegas para que ele presidisse o conselho, responsável por apurar quatro representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A eleição para escolha do presidente do grupo está marcada para as 15 desta quarta-feira (15).

"O mais adequado seria a escolha do presidente e do vice do conselho por decisão consensual", disse ele em carta ao líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), que pediu seu ingresso no colegiado. "Cheguei a pensar e a afirmar que meu nome poderia alcançar o consenso tão esperado para presidir o Conselho de Ética, por indicação da Vossa Excelência, mas isso não aconteceu, apesar do seu empenho sincero e o de tantos outros líderes."

O suplente de Valadares no grupo é Delcídio Amaral (PT-MS), mas é Paulo Duque (PMDB-RJ) o senador cotado para assumir a presidência do colegiado de investigação. Ele participou de uma reunião hoje com o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e com o senador Gim Argello (PTB-DF).

Depois do encontro, na tarde de hoje, Duque disse que a saída de Valadares poderia viabilizar sua escolha. "Isso pode cair no meu colo", afirmou o senador.

Renato Casagrande (PSB-ES) defendeu Valadares. Afirmou que a falta de apoio ao nome do colega de partido fragiliza ainda mais a situação política de Sarney

O senador João Ribeiro (PR-TO) também renunciou à sua vaga no Conselho de Ética. Mas o pedido ainda não chegou formalmente à secretaria do colegiado, que afirmou não existir um suplente definido para o senador.

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