Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Feliz 2009

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Feliz 2009

Congresso em Foco

9/12/2007 0:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Osvaldo Martins Rizzo*

No início dos anos 70, o então ministro da Fazenda do governo Médici, Delfim Netto, voltou de uma reunião de cúpula na Europa com a informação de que, em breve, o cartel dos produtores de petróleo reduziria a oferta aumentando enormemente o preço internacional do barril. A informação lhe foi passada pelo seu colega francês, Giscard d'Estaing.

Em reunião ministerial, Delfim repassa a notícia sugerindo a adoção de medidas de contenção para amortecer o choque de oferta que se avizinhava com um grande potencial inflacionário. O general Ernesto Geisel, que presidia a Petrobras, discordou alegando que o francês nada entendia de petróleo, e Médici concordou com o companheiro de farda.

Tempos depois, os fatos deram razão ao francês desacreditado pelos generais, e a censurada imprensa da época noticiou que o governo brasileiro foi “surpreendido” pela inesperada e sideral alta do preço do barril. A inflação anual, que era de 20% no governo Médici, quase dobrou no período Geisel, devido aos efeitos do primeiro choque do petróleo ignorado pelos generais.

Seguindo o critério da alternância no poder entre as várias facções militares, Geisel sucedeu Médici na Presidência da República e mandou Petrônio Portella avisar Delfim que não o queria como ministro, e nem como postulante ao governo paulista, como almejava Paulo Maluf. O ariano general abominava a idéia de enfrentar a oposição do governador Delfim, aliado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a mesma Fiesp que hoje quer acabar com a CPMF. Começava a desunião das forças – o grande capital e os militares – que, dez anos antes, depuseram o governo democrático do presidente Jango, minando o apoio empresarial ao regime totalitário.

Os anos seguintes assistiram ao aumento das divergências. No final de 1978, durante o III Encontro Nacional de Distritos Industriais, o presidente da Associação Nacional das Entidades do Desenvolvimento Industrial lidera o pedido da classe dirigente pela abertura política. Insatisfeitos com a condução da economia e às vésperas do segundo choque do petróleo, golpistas de 1964 se converteram em novos democratas, sinalizando que usariam seu poder econômico para apear os militares do poder. Sorrateiramente, o grande capital articulava o fim do regime militar bem antes da visível e involuntária mobilização popular pelas “Diretas Já”, movimento manuseado por meio de um publicitário paulista cuja agência sempre serviu às grandes corporações.

Atualmente, o mundo vive o início de uma nova crise global de grandes proporções, desencadeada pela ganância dos investidores internacionais que esperavam lucrar muito especulando com os bônus lastreados em créditos imobiliários podres. A “corrente da felicidade” – engendrada pelos executivos movidos a estimulantes químicos ilegais dos grandes bancos de investimentos que intermediaram as complexas operações – fracassou, causando enormes perdas patrimoniais aos participantes. Ninguém escapará de pagar por esse prejuízo.

Nos países altamente endividados que necessitam de poupança privada para compensar seu déficit nominal crônico, como o Brasil, a conta será cobrada pelo aumento dos juros. A crise externa, subestimada pelo atual presidente da República quando a rotulou de “crise dos outros”, exigirá a inversão da tendência de queda das taxas de juros internas.

Com o declínio do ritmo das economias norte-americana, européia e japonesa, o tigre chinês pouco poderá fazer para manter o comércio mundial em crescimento. O crescimento do PIB brasileiro perderá força. O ano de 2007 será lembrado com saudades, como foram os de 2004, 2000 e 1997. Esse cenário tornará a classe dirigente nacional insatisfeita, e voltarão as articulações para mudar o quadro político, com o fim do período democrático atual.

* Osvaldo Martins Rizzo é engenheiro e ex-conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Temas

Reportagem

LEIA MAIS

Justiça

Damares é condenada a indenizar professora por vídeo postado em redes sociais

Senado

Governo deve perder controle de quatro comissões no Senado

LEI DA FICHA LIMPA

Bolsonaristas articulam mudança na Ficha Limpa para tornar Bolsonaro elegível

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

JUSTIÇA

Leia a íntegra do documento da PGR que pede condenação de Bolsonaro

2

APURE-SE

Hugo Motta reage a rumores e pede apuração de servidores remotos

3

Câmara dos Deputados

Diante de exílio de Eduardo, projeto prevê exercício remoto do mandato

4

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Hugo Motta exonera servidores remotos para encerrar especulações

5

AGENDA DA SEMANA

Veja cinco assuntos na mira do Congresso na semana antes do recesso

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES