Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Ricardo Cappelli, dinossauros e o futuro do Brasil

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Governo Federal

Ricardo Cappelli, dinossauros e o futuro do Brasil

Ricardo Capelli, presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), oferece pistas para crescimento com inovação

Congresso em Foco

25/2/2024 | Atualizado às 13:20

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Cappelli; o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; a ministra do Planejamento, Simone Tebet; o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin; e Jamal Bittar, vice-presidente da CNI. Foto: Gabriel Lemes/MDIC)

Cappelli; o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; a ministra do Planejamento, Simone Tebet; o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin; e Jamal Bittar, vice-presidente da CNI. Foto: Gabriel Lemes/MDIC)
Lula 1 e Lula 2 deixaram como marca um governo que, sem romper contratos ou ameaçar os interesses fundamentais do status quo, fez o país crescer e foi capaz de distribuir riquezas em favor dos mais pobres. Qual será a marca do terceiro governo Lula? O discurso de posse do novo presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, oferece pistas para retomar esse caminho de forma diferente e criativa, agora com ênfase na inovação. Apresento, mais adiante, o vídeo completo do pronunciamento e alguns dos seus principais pontos, tomando a liberdade de fazer antes algumas considerações. Em primeiro lugar, o discurso de Cappelli merece atenção, pelo seu valor intrínseco. É uma ode ao que na economia costuma ser chamado de desenvolvimentismo. Desenvolvimentismo tem a ver com a crença de que cabe ao Estado um papel relevante na promoção do crescimento econômico e na criação de oportunidades de emprego e de renda. O seu oposto mais frequente é a versão tatibitati de liberalismo disponível à farta em editoriais de jornalões e nas, digamos, "análises" da maioria dos comentaristas econômicos pátrios. Aspas necessárias porque a visão que tais vozes exalam ignora o mundo real, o de ontem e o de hoje, circunscrevendo-se em geral ao estreito horizonte dos operadores do mercado financeiro. Além da alergia desmedida ao PT e aos petistas, prevalecem aí preconceitos vários. Dou três exemplos, entre tantos outros possíveis: (1) todo investimento público é mal visto; (2) juros altos (fonte de retorno barato e sem risco) são encarados com naturalidade, mesmo quando elevam a dívida pública a níveis astronômicos; (3) cultuam-se figuras como Paulo Guedes e Mailson da Nóbrega e há implacável implicância contra o atual titular da pasta, Fernando Haddad, a despeito dos bons resultados que este já apresentou em apenas um ano e do péssimo legado notoriamente deixado pelos outros dois. Uma segunda razão para levar em conta o que disse o novo presidente da ABDI está no próprio autor do discurso. Após atuação exemplar como interventor na segurança pública em Brasília e ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli transformou-se em estrela de primeira grandeza no PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. Prova disso é que os dois auditórios do Ministério do Planejamento, com capacidade total para cerca de 450 pessoas, ficaram pequenos para sua posse, na última quinta-feira (22). Em um deles, as pessoas se espremiam para acompanhar a solenidade em um telão. No outro, desfilaram algumas das mais poderosas figuras da república, incluindo dez ministros, três governadores, prefeitos e vários parlamentares federais. Cappelli empresta ao debate econômico clareza, tornando-o acessível a não iniciados, e dramaticidade, dando-lhe sentido político militante. Identifica na luta por um desenvolvimento inclusivo e liderado pelo Estado o grande conflito nacional, que atraiu a ira dos setores conservadores contra Getúlio e Juscelino, no passado, e Lula, no presente. "As críticas são exatamente iguais", destacou. Devolve aos críticos a acusação de dinossauros, invocando as práticas contemporâneas das nações mais ricas do planeta como suporte para a defesa de uma política industrial ativa, a exemplo do que preconiza a Nova Indústria Brasileira (NIB), anunciada pelo governo no final de janeiro. Referindo-se aos R$ 300 bilhões prometidos no âmbito dos investimentos na NIB, afirma: "Os Estados Unidos estão botando US$ 1,9 trilhão no processo de retomada da economia norte-americana. A União Europeia está colocando US$ 1,7 trilhão no processo de retomada da economia europeia. O Japão está botando 1,5. E o Brasil não pode botar US$ 60 bilhões?" Na sequência, rebate os argumentos dos críticos da NIB. Ressaltarei aqui os dois principais: "Vai causar desequilíbrio macroeconômico. Vamos aos números. O Brasil tem inflação dentro da meta, juros em queda, a menor taxa de desemprego dos últimos nove anos, recorde histórico do superávit comercial batendo quase US$ 100 bilhões [em 2023], reservas internacionais de US$ 353 bilhões, que nos protegem contra qualquer choque externo. Então de onde vem o impacto fiscal, o desequilíbrio macroeconômico? Não se sustenta o argumento. Esse é um argumento de fundo ideológico, que diz respeito à disputa sobre o destino do Brasil." Trata em seguida da ideia de que a NIB é "a nova velha política", "como se nós todos aqui fôssemos dinossauros defendendo a volta do velho". Para rebater a crítica, lança mão do FMI, ironizando: "Não é nenhuma organização comunista perigosa, é o Fundo Monetário Internacional". Segundo o relatório de 2023 do FMI, publicado em janeiro, foram anunciadas - prossegue Cappelli - no ano passado "2.500 novas políticas industriais": "China, EUA e União Europeia são responsáveis por 48% dessas políticas, que têm impacto sobre 71% do comércio global. Isso é velho? Os que criticam querem colocar uma bola de ferro no pé do Brasil na corrida que está no mundo pela neo-industrialização  rumo a nova industrialização. A América do Norte é quem mais usa as compras públicas como instrumento de política industrial." "Qual é a velha política que eles não querem que a gente reproduza? A velha politica que em 1973 criou a Embrapa, que fez da agricultura brasileira hoje potência mundial. Essa é a política que não querem que volte? É a política que em 1969 criou a Embraer e, , junto com o ITA e o CTA, fez da Embraer a terceira maior empresa do setor no mundo? É isso que não pode voltar? Esse é um debate sobre o destino do Brasil, aonde a gente quer chegar. É o debate mais importante do Brasil neste momento." Inovação, sustentabilidade e competência digital, continua, devem ser a tônica da nova política industrial. "Mas, para isso, precisamos ter a coesão da nação num rumo para o país". Aspecto-chave, no seu entender, é um entendimento comum entre os órgãos de controle, tais como a CGU, o TCU e o Ministério Público, para que "o gestor público tenha coragem de investir em inovação", que é algo por natureza incerto, requer longo prazo de maturação e "às vezes dá errado". Volta então à tona com sua tese central: "Quem faz isso no mundo inteiro é o Estado. O iPhone tem 12 vetores centrais que foram produto de pesquisa da agência de pesquisas avançadas em defesa norte-americana. Não haveria iPhone, não haveria iPad, não haveria o sucesso genial da Apple sem a presença decisiva do Estado norte-americano investindo em tecnologia. Nós precisamos fazer com que o setor público perca o medo de investir em inovação. Inovação é tentativa, erro e acerto." Por último, repetiu o seu pensamento, bastante conhecido dos leitores do Congresso em Foco, do qual Cappelli foi colunista durante vários anos, sobre a necessidade de termos uma democracia que ponha comida na mesa dos pobres: "Quando a democracia se mostra incapaz de melhorar a vida das pessoas, elas param de acreditar na democracia". Fique com a íntegra do discurso do novo presidente da ABDI:   https://www.youtube.com/watch?v=QNPtsCOrbYo   Veja também: Os bastidores do 8 de janeiro, segundo Ricardo Cappelli  
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

PSB desenvolvimento inovação política econômica Ricardo Cappelli Capelli ABDI nova indústria brasileira

Temas

Economia Governo Blog do Sylvio Vídeo

LEIA MAIS

ECONOMIA

Frentes parlamentares pedem devolução da MP do IOF ao governo

Economia

Investimento em infraestrutura deve crescer 4,2% em 2025, diz CNI

PERFIL

Entenda quem é Gilson Machado, quarto ex-ministro preso de Bolsonaro

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

RETRATAÇÃO

Ex-ministro da Defesa pede perdão ao advogado após depoimento no STF

2

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

3

PERFIL

Entenda quem é Gilson Machado, quarto ex-ministro preso de Bolsonaro

4

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

5

CPMI do INSS

Congresso pode ter sessão conjunta na terça e instalar CPMI do INSS

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES