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Congresso em Foco
13/12/2007 | Atualizado 14/12/2007 às 8:18
Em plena ressaca da derrota da CPMF no Senado, a líder do PT na Casa, Ideli Salvatti (SC), acaba de conceder uma entrevista coletiva na sala de reuniões de seu gabinete. E surpreendeu ao dizer: “Qual é a perspectiva da oposição? Bom, o DEM, obviamente, não tem perspectivas mesmo, mas estou falando do PSDB. Qual é a perspectiva que está colocada? A perspectiva que eu acho que tem probabilidade maior é de o Lula fazer o sucessor”, sentenciou.
Com ar de tranqüilidade, a senadora falou sobre o impacto da votação de ontem para o governo e para o país, criticou a postura “sem perspectiva” da oposição e especulou sobre a estratégia a ser seguida a partir de agora pelo Planalto. "Uma das principais derrotas para o povo foi que o 'a mais' para a saúde acabou. O país e o povo brasileiro vão ter de administrar as conseqüências dessa votação", resignou-se a petista. "Nós vamos administrar as conseqüências por um bom tempo, enquanto a oposição vai ficar soltando fogos por uns três dias".
Segundo Ideli, são três os principais problemas imediatos que o governo enfrentará a partir de agora. "Teremos de readequar o Orçamento, e isso vai ter conseqüências graves. Vamos iniciar um ano eleitoral com restrição à execução orçamentária. Vamos perder o primeiro trimestre inteiro para aprovar o Orçamento", explicou Ideli, referindo-se aos limites que a Lei impõe à destinação de recursos por parte da União em período eleitoral.
O segundo problema decorrente da votação de ontem é o fim do rigor fiscalizatório que a CPMF propiciava, alega Ideli. Para ela, isso fará com que a arrecadação tenha como fonte apenas a economia formal, o que pode gerar aumento de carga tributária. "A CPMF é o único tributo em que paga a economia formal e a economia informal, paga o legal e paga o ilegal, o contrabandista, o sonegador. Ao não ter os 40 bilhões vinvo de tudo e de todos, [esse montante] vai vir de onde? Do formal", adianta.
Ainda no campo da fiscalização tributária, Ideli apontou o que seria o terceiro desafio a ser superado pela equipe econômica do governo. "A CPMF permitia que a Receita [Federal] fizesse o cruzamento todas as vezes em que suspeitasse de um setor. Então vai ter uma conseqüência de fiscalização", disse a senadora, referindo-se ao cruzamento de arrecadação entre o tributo e o imposto de renda, que, segundo ela, permitia a detecção de irregularidades na prestação de contas.
Para Ideli, uma reforma tributária se faz urgente no Brasil, e o fim da CPMF decretado ontem deixou mais clara essa necessidade. "Acho que nós deveríamos fazer a reforma tributária, que passa a ter caráter emergencial, porque não é mais possível continuar assim. E aí nós vamos ver quem é quem", declarou, fustigando a oposição, a quem acusou ontem de estar fazendo o jogo do "quanto pior, melhor".
Portas fechadas
A líder petista disse que a oposição não estaria interessada nas melhorias para a saúde ou qualquer outra benesse para a população brasileira. Para Ideli, o interesse estaria na desestabilização dos "bons resultados" do governo Lula, o que estaria deixando cada vez mais sem perspectivas a oposição no cenário político de médio prazo.
"No acirramento da oposição, com este fechamento de portas que acabaram fazendo na noite de ontem, a oposição vai tentando absorver as reações aos resultados do governo, que tem sido bem avaliado. Ou seja, qual é a alternativa desta oposição, a continuar neste ritmo [de suposto crescimento]?", criticou Ideli.
"(A intenção de derrubar a CPMF) não era para reduzir a carga tributária, não era para aumentar os recursos para a saúde, não era para nada disso. Era para reduzir o ritmo", disse, deixando no ar a suposta interferência do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso junto ao PSDB, um "ingrediente da política mais nacional".
"Por que o Fernando Henrique entrou com esse peso, e desta forma, para fazer um enfrentamento e um contraponto ao Aécio [Neves, governador de Minas Gerais] e ao Serra [José Serra, governador de São Paulo]?", instigou a senadora. "Tenho certeza absoluta [dessa influência]. Ele foi a voz corrente invisível."
De acordo com Ideli, um fator interno do PSDB evidenciou a suposta "mão" de FHC na orientação da bancada contra a CPMF. "O Arthur Virgílio me faz um encaminhamento contundente, e aí o Sérgio Guerra, na condição de presidente do partido, faz um encaminhamento em que ele não disse um 'sim' à prorrogação, mas todo o discurso dele foi para o sim", atacou. "Ou seja, tínhamos um líder de bancada [Arthur Virgílio - AM] se contrapondo ao vivo e a cores ao presidente nacional do partido [o senador pernambucano Sérgio Guerra], e quando todos nós sabemos que são de alas divergentes."
Ideli disse ainda que a oposição reclamou injustamente da falta de propostas e acordos por parte do governo nos últimos meses. "Forma feitos dois acordos do governo para com o PSDB: na madrugada de segunda (10) para terça (11), e na madrugada de terça para quarta. Foi madrugada adentro. E fechavam um acordo e, duas ou três horas depois o acordo estava quebrado", reclamou.
Reconciliação?
Saindo um pouco do assunto CPMF, Ideli falou sobre as queixas de Pedro Simon (PMDB-RS) ao presidente Lula, segundo as quais Lula não o queria na presidência do Senado por considerá-lo "imprevisível e pouco confiável".
"Lula pediu que fosse transmitido o carinho que ele tem pelo Pedro Simon", revelou Ideli, ressaltando que o presidente viajaria hoje (13) cedo para o exterior, e por isso não deve ter acompanhado a sessão de ontem até o final (o senador Pedro Simon falou na tribuna por volta da meia-noite).
Entretanto, mesmo diante da sinalização de Lula, Pedro Simon reafirmou suas mágoas agora há pouco, em discurso na tribuna do plenário (leia). (Fábio Góis)
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