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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Jean Paul Prates
29/1/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:02
![Presidente da República, Jair Bolsonaro.
[fotografo] Alan Santos/PR [/fotografo] Presidente da República, Jair Bolsonaro.
[fotografo] Alan Santos/PR [/fotografo]](https://static.congressoemfoco.com.br/2020/04/49815072946_28f5622ddf_c.jpg) 
 
 Desde sua posse, Bolsonaro se esforça para estar associado ao que há de pior na política mundial. Ataca robustos parceiros comerciais, como a Argentina, a China e os Países Árabes em nome da ideologia, aplaude as queimadas na Amazônia, calcinando a imagem do agronegócio brasileiro, e já comprou briga até com o Papa Francisco.
Essa cruzada de destruição, inspirada pelo afã de agradar o capital predatório e a orientação linha dura assumida pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump, está cada dia mais órfã. Basta lembrar a risada do presidente norte-americano Joe Biden como resposta à pergunta sobre "quando vai conversar com Bolsonaro".
Nada, porém, é mais devastador do que o esforço do governo em converter o Brasil em ícone planetário do negacionismo assassino frente à pandemia, um pária entre as nações.
Na última quinta-feira (28), o think thank australiano Lowy Institute divulgou o resultado de um estudo que coloca o desempenho do Brasil no combate à pandemia de covid-19 como o pior do planeta.
A verdade é que nenhum líder estrangeiro quer estar nem de perto associado a Bolsonaro. Nem mesmo os setores que ele tanto corteja com suas políticas entreguistas-políticas, que, aliás, estão cada vez mais na contramão de um mundo confrontado com um paradeiro econômico sem precedentes.
Não é de agora que o Estado mínimo de Reagan e de Thatcher está morrendo de esclerose. O aumento da riqueza de uma parcela ínfima da população ao custo de uma extraordinária desigualdade social já mostrava sua inviabilidade antes da pandemia. Só Trump negava isso. A ortodoxia obtusa de Bolsonaro e Paulo Guedes ganha cada vez mais a patética imagem de um sabujo que já não tem um dono para lamber as mãos.
Despencando nesse poço sem fundo, fomos deixando pelo caminho não apenas as conquistas da política externa autônoma e altiva e os investimentos sociais conhecidos durante os governos do PT. Desmantelamos conquistas civilizatórias muito mais antigas - como a legislação trabalhista e previdenciária - e o prestígio que acompanhava a diplomacia brasileira desde os tempos de Rio Branco.
Deixamos pelo caminho nossa participação ativa nos BRICS - aliança que reúne o Brasil com a Rússia, Índia, China e África do Sul, curiosamente quatro potências no setor de vacinas -, viramos as costas ao Mercosul e à Unasul e abandonamos protagonismo, mercados e respeito internacional.
A lição mais recente dos erros cometidos vem dos Estados Unidos, com o anúncio de criação, pela administração Biden, de um novo banco de desenvolvimento. No Brasil, o BNDES foi descapitalizado pra morrer de inanição. Alheio a toda crítica técnica, o banco vendeu participações acionárias no ano passado que se valorizaram 100% em poucos meses. Uma verdadeira transferência de renda de R$ 12,2 bilhões a investidores privados.
Imagine o que o Brasil, via BNDES, poderia estar fazendo com esse dinheiro para minorar os efeitos econômicos desta pandemia.
No plano sanitário, econômico e diplomático, o Brasil já deu muitas lições ao mundo. Em dois anos tenebrosos, Bolsonaro destruiu esse patrimônio e nos deixou isolados. Passou da hora de romper esse muro.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
> Leia mais textos do autor.
Desde sua posse, Bolsonaro se esforça para estar associado ao que há de pior na política mundial. Ataca robustos parceiros comerciais, como a Argentina, a China e os Países Árabes em nome da ideologia, aplaude as queimadas na Amazônia, calcinando a imagem do agronegócio brasileiro, e já comprou briga até com o Papa Francisco.
Essa cruzada de destruição, inspirada pelo afã de agradar o capital predatório e a orientação linha dura assumida pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump, está cada dia mais órfã. Basta lembrar a risada do presidente norte-americano Joe Biden como resposta à pergunta sobre "quando vai conversar com Bolsonaro".
Nada, porém, é mais devastador do que o esforço do governo em converter o Brasil em ícone planetário do negacionismo assassino frente à pandemia, um pária entre as nações.
Na última quinta-feira (28), o think thank australiano Lowy Institute divulgou o resultado de um estudo que coloca o desempenho do Brasil no combate à pandemia de covid-19 como o pior do planeta.
A verdade é que nenhum líder estrangeiro quer estar nem de perto associado a Bolsonaro. Nem mesmo os setores que ele tanto corteja com suas políticas entreguistas-políticas, que, aliás, estão cada vez mais na contramão de um mundo confrontado com um paradeiro econômico sem precedentes.
Não é de agora que o Estado mínimo de Reagan e de Thatcher está morrendo de esclerose. O aumento da riqueza de uma parcela ínfima da população ao custo de uma extraordinária desigualdade social já mostrava sua inviabilidade antes da pandemia. Só Trump negava isso. A ortodoxia obtusa de Bolsonaro e Paulo Guedes ganha cada vez mais a patética imagem de um sabujo que já não tem um dono para lamber as mãos.
Despencando nesse poço sem fundo, fomos deixando pelo caminho não apenas as conquistas da política externa autônoma e altiva e os investimentos sociais conhecidos durante os governos do PT. Desmantelamos conquistas civilizatórias muito mais antigas - como a legislação trabalhista e previdenciária - e o prestígio que acompanhava a diplomacia brasileira desde os tempos de Rio Branco.
Deixamos pelo caminho nossa participação ativa nos BRICS - aliança que reúne o Brasil com a Rússia, Índia, China e África do Sul, curiosamente quatro potências no setor de vacinas -, viramos as costas ao Mercosul e à Unasul e abandonamos protagonismo, mercados e respeito internacional.
A lição mais recente dos erros cometidos vem dos Estados Unidos, com o anúncio de criação, pela administração Biden, de um novo banco de desenvolvimento. No Brasil, o BNDES foi descapitalizado pra morrer de inanição. Alheio a toda crítica técnica, o banco vendeu participações acionárias no ano passado que se valorizaram 100% em poucos meses. Uma verdadeira transferência de renda de R$ 12,2 bilhões a investidores privados.
Imagine o que o Brasil, via BNDES, poderia estar fazendo com esse dinheiro para minorar os efeitos econômicos desta pandemia.
No plano sanitário, econômico e diplomático, o Brasil já deu muitas lições ao mundo. Em dois anos tenebrosos, Bolsonaro destruiu esse patrimônio e nos deixou isolados. Passou da hora de romper esse muro.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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