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Impeachment? Quem ganha?

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23/1/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:30

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Jair Bolsonaro promete dias sombrios para o país com suas sucessivas insinuações de golpe[fotografo]Alan Santos/PR[/fotografo]

Jair Bolsonaro promete dias sombrios para o país com suas sucessivas insinuações de golpe[fotografo]Alan Santos/PR[/fotografo]
Elimar Pinheiro do Nascimento* Vozes de dentro e de fora do Congresso, e mesmo de fora do país, falam da premência do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Parte da oposição prega-o publicamente. E, na Câmara dos Deputados, fala-se que alguns de seus membros condicionam o apoio a Baleia Rossi à sequência de algum pedido de impeachment. Processo similar nos Estados Unidos estimula tal iniciativa. Os argumentos são de toda natureza. Não se pode deixar passar em silêncio alguém que despreza a vida humana, submete a imagem do país no exterior ao escárnio, devasta a Amazônia, desconsidera a educação e ameaça às instituições democráticas, dizem alguns opositores. É um imperativo moral solicitar e levar um pedido de impeachment a julgamento da Câmara dos Deputados. Sem discutir este aspecto, cabe a pergunta: quem ganha com esse procedimento? Os dois processos de impeachment que o país conheceu ocorreram porque algumas condições, comuns, foram preenchidas. E, pelo menos, por enquanto, estas não existem. Senão, vejamos. Tanto no caso de Dilma, quanto no de Collor o impeachment foi possível porque eles perderam: a) o embate das ruas; b) o apoio da opinião pública (tinham menos de 10% de aprovação); c) o da grande mídia; d) e, dos empresários. Com esses resultados, vieram a perder sustentação parlamentar. Esta perda, que vem no final, decorre das anteriores. O que ocorre hoje? Com a pandemia as ruas não existem, poucas pessoas arriscam-se a se mobilizar. Passarão alguns meses antes que esta mobilização seja possível. E não se sabe o resultado, pois as forças bolsonaristas também sairão às ruas. Afinal, a opinião pública está divida. Perto da metade do país (ainda) apoia o presidente. Por sua vez, a maioria dos empresários não têm se manifestado contra o chefe do Executivo. No caso da mídia, ela tem outra configuração atualmente. O presidente criou uma rede paralela de comunicação, frequentada pelos seus adeptos mais fervorosos. A mídia de rádio e TV, a mais prestigiada do país, foi em parte cooptada pelo governo federal. Pessoalmente atacou (e ataca) veementemente a principal emissora, já desgastada pelos ataques petistas. Com isso, criou uma barreira de proteção que os dois presidentes anteriores não tiveram. A aproximação com a "velha política", veementemente rejeitada durante a campanha de 2018 deu ao presidente um escopo parlamentar que ele não tinha. E, com as benesses do poder e o apoio da opinião pública, periga não perder. A persistir as condições aqui registradas, o impeachment é impossível. Mas a pergunta persiste: vale a pena mostrar a opinião pública que uma parte do Congresso, talvez a maioria, talvez não, repudia o presidente e tudo o que ele representa? A questão moral não deixa de ser relevante, mas o que decide em política é o pragmatismo. De um ato dessa envergadura - processo de impeachment - quem sairá ganhando? Aparentemente, a oposição, com o provável desgaste presidencial. Mas o presidente assumirá outra vez o papel de vítima, perseguido pelas "forças do mal", pelos "comunistas disfarçados", que lhe impedem de governar. E este papel foi um dos fatores que lhe deram a vitória de 2018. E, dessa forma, ele terá um culpado pela inoperância de seu governo. A derrota do impeachment pode ser o tapete de outra vitória, em 2022. Ela poderá consolidar o argumento do desmantelo do país e estarão tipificados seus responsáveis. Vale a pena arriscar? Elimar Pinheiro do Nascimento é sociólogo político e socioambiental. Professor permanente do Programa de Pós-graduação de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília e do Programa de Pós-graduação Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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