Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. A soberania regional das eleições americanas

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

A soberania regional das eleições americanas

Congresso em Foco

1/12/2018 7:30

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

"Nada mais natural que as regras das eleições acompanhem pilares históricos, sociais e religiosos de cada sociedade", avalia cientista político[fotografo]Reprodução[/fotografo]
Luís Kimaid * Os meses de outubro e novembro foram cruciais para as duas maiores nações americanas, Brasil e Estados Unidos da América, com ambos países gerenciando eleições importantes. As eleições proporcionam um momento ímpar para a cidadania, ao avaliar a atuação de representantes eleitos e de suas políticas públicas. As democracias ocidentais variam na organização de suas instituições e valores,coletivos e individuais. Portanto, nada mais natural que as regras das eleições acompanhem pilares históricos, sociais e religiosos de cada sociedade. Dentro deste contexto, as diferentes formas de contabilização do voto e de processos que assegurem a lisura da votação podem influenciar o resultado das eleições e a própria interação entre eleitores e representantes eleitos. A própria regionalização das normas empodera comunidades locais, e permite a inovação de como enxergamos as próprias eleições e o papel da sociedade nelas. Exatamente um mês após o primeiro turno das eleições no Brasil, aconteceram as eleições estaduais nos Estados Unidos da América. Os 50 estados estadunidenses foram às urnas escolher candidatos que traduzimos como governadores, deputados e senadores estaduais, deputados e senadores federais, assim como burocratas que atentam para a isonomia de processos considerados importantes demais para serem isentos do processo democrático. As municipalidades e condados também votam em cargos burocráticos menores, que atingem diretamente o cotidiano, como xerifes, juízes e diretores de escolas. A sociedade civil organizada pode peticionar ao legislativo estadual a inclusão de plebiscitos sobre assuntos polêmicos que serão votados pela população na mesma urna onde serão eleitos os novos representantes. A eleição movimenta a sociedade local, tanto pelas candidaturas, como pelas pautas defendidas por parcelas dos cidadãos. O federalismo americano concede liberdades aos seus Estados em diferentes aspectos, que também incluem a legislação eleitoral e o seu calendário. Cada estado, como um ente semi-autônomo, tem a prerrogativa de determinar como contabilizar votos e as regras de votação, desde como determinar quais cidadãos são aptos ao voto, até mesmo fiscalizar o processo eleitoral em si. A burocracia estadual americana conta com um cargo eletivo chamado secretário de estado, cuja atribuição é garantir que as eleições aconteçam de forma transparente e proba. O secretário de estado deve garantir a eficiência da política pública de representação, alocando recursos e gerenciando desafios. Diferente de sua contraparte federal, este não lida com política externa, mas unicamente com a política pública de representação e das eleições. A ausência de um órgão nacional permite um sistema descentralizado, com regras distintas, que por vezes chegam a se contradizer, quando comparamos diferentes estados. No sistema americano as regras das eleições são deliberadas pelo poder legislativo estadual e sancionadas pelo governador do estado, enquanto o escritório do secretário de estado garante o cumprimento das regras. As regras das eleições são postas em nível local, onde até mesmo o Estado tem dificuldade de impor novas regras às suas diferentes regionalidades, chamadas de condados. No estado do Colorado, por exemplo, o Secretário de Estado instituiu em caráter não obrigatório uma nova tecnologia para verificação da contagem dos votos, o que aumenta consideravelmente a sua eficiência. A descentralização do sistema eleitoral garante liberdade aos estados para inovarem, e experimentarem, como na mobilização dos eleitores para irem às urnas, assim como novos processos e tecnologias que garantem a lisura da votação. O experimento de novas regras em nível estadual e local, através de consecutivos testes e com ampla participação da sociedade, relativiza os danos de insucessos e corrobora com uma cultura de mudança e busca contínua pelo estado da arte da política pública de representação. Esse é um sistema que enseja a maturidade democrática  das comunidades locais, uma vez que decidem a escolha de seus representantes e as regras desse mesmo processo. * Cientista Político. É convidado do Departamento de Estado dos EUA para compartilhar os desafios brasileiros nas eleições e acompanhar o processo eleitoral naquele país.  

> O que você precisa saber para entender o novo Congresso brasileiro

> Leia mais sobre as eleições deste ano

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

eleições democracia EUA estados unidos Estados Unidos da América América xerife condado Colorado Luís Kimaid

Temas

Mundo País

LEIA MAIS

RELAÇÕES EXTERIORES

Itamaraty prepara novas operações de evacuação de políticos em Israel

RELAÇÕES EXTERIORES

Comitiva brasileira em Israel chega em segurança à Jordânia

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

2

Piso Salarial

Comissão da Câmara aprova piso salarial para tradutores e intérpretes

3

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Grupo de políticos brasileiros tenta sair de Israel pela Jordânia

4

TRÊS PODERES

Entenda as "emendas paralelas" que entraram no radar do STF

5

Agenda

Lula participa de Cúpula do G7 no Canadá

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES