Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
Informativo no ar!
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. A tolice do antiglobalismo

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

A tolice do antiglobalismo

Congresso em Foco

10/12/2018 | Atualizado às 11:15

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Donald Trump, presidente dos EUA. [fotografo]NASA / Aubrey Gemignani [/fotografo]

Donald Trump, presidente dos EUA. [fotografo]NASA / Aubrey Gemignani [/fotografo]
Está ocorrendo pelo mundo afora uma onda antiglobalista. Talvez haja poucas coisas mais regressivas e disparatadas no mundo atual do que esta. Havia um certo antiglobalismo, fruto do protecionismo de vários países, mas que não ameaçava o processo geral e irreversível da globalização. Ela foi assumida como plataforma política por Donald Trump que, segundo o prêmio Nobel em economia Paul Krugman, seria um dos presidentes mais tolos da história norte-americana. O mesmo vale para o recém eleito presidente, o ex-capitão Bolsonaro e seus ministros da educação e das relações exteriores, negacionistas deste fenômeno que só desinformados e preconceituosos não percebem. Por que se trata de um disparate dos mais insensatos? Porque vai diretamente contra a lógica do processo histórico irrefreável. Alcançamos um patamar novo da história da Terra e da humanidade. Senão vejamos: há milhares de anos, os seres humanos, surgidos na África (somos todos africanos), começaram a se dispersar pelo vasto mundo, começando pela Eurásia e terminando na Oceania. No final do paleolítico superior, há quarenta mil anos, já ocupavam todo o planeta com cerca de um milhão de pessoas. A partir do século 16 começou a volta da diáspora. Em 1521 Fernão de Magalhães fez o périplo do planeta, comprovando que é redondo. Cada lugar pode ser alcançado a partir de qualquer lugar. O projeto colonialista europeu ocidentalizou o mundo. Grandes redes, especialmente comerciais, ligaram todos com todos. Este processo se prolongou dos séculos 17 ao 19 quando o imperialismo europeu, a ferro e fogo, submeteu a seus interesses o mundo inteiro. Nós do Extremo-Ocidente nascemos já globalizados. Esse movimento se reforçou no século 20, depois da segunda guerra mundial. Chegou à sua culminância nos dias atuais quando as redes sociais avizinharam a todos, à velocidade da luz, e a economia tomou conta do processo, especialmente através da "Grande Transformação" (K.Polaniy) que significou  a passagem de uma economia de mercado para uma sociedade de mercado. Tudo e tudo até o mais sagrado da verdade e da religião viraram mercadoria. Karl Marx na Miséria da Filosofia" (1847) chamou isso de "a corrupção geral" e da "venalidade universal". A globalização que os franceses preferem chamar, com melhor razão, de planetização, é um fato histórico inegável. Todos estão se encontrando num único lugar: no planeta Terra. Estamos na fase tiranossáurica da globalização que vem sendo feita sob o signo da economia mundialmente integrada, voraz como o maior dos dinos, o tiranossauro, por ser profundamente inumana pela pobreza que causa e pela acumulação absurda que permite. Já entramos na fase humano-social da globalização por alguns fatores tornados universais, como a ONU, a OMC, a FAO e outros, os direitos humanos, o espírito democrático, a percepção de um destino comum Terra-humanidade e de sermos uma única espécie do homo sapiens sapiens e demens. Notamos já os albores da fase ecozóico-espiritual da globalização. A ecologia integral e a vida em sua diversidade terão a centralidade, não mais a economia, a reverência face a todo criado e o novo acordo com a Terra, vista como Mãe e um superorganismo vivo, que devemos cuidar e amar, valores profundamente espirituais. Cresce a noção de que somos aquela porção da Terra viva que num alto grau de complexidade começou a sentir, a pensar, a amar e a venerar. Terra e humanidade formamos uma única entidade, como bem testemunharam os astronautas de suas naves espaciais. Chegou o momento, como profetizava o arqueólogo e cientista Pierre Teilhard de Chardin ainda em 1933: "A idade das nações já passou. Se não quisermos morrer é a hora de sacudir velhos preconceitos e construir a Terra". Ela é a nossa única Casa Comum que temos como enfatizou o Papa Francisco em sua encíclia "Sobre o cuidado da Casa Comum" (2015). Não temos outra. Estamos ouvindo preconceitos bizarros dos futuros governantes e de ministros de que a globalização é uma trama dos comunistas para dominar o mundo. Estes são aqueles que, segundo Chardin, não cuidam em construir a Casa Comum, mas se fazem reféns de seu pequeno e mesquinho mundo, do tamanho de suas cabeças parcas de luz. Se eles não conseguem ver a nova estrela que irrompeu, o problema não é da estrela, mas de seus olhos cegos. Leonardo Boff escreveu "Destino e Desatino da Globalização" em: Do iceberg à Arca de Noé, Mar de Ideias,Rio 2010 pp. 41-63.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Leonardo Boff antiglobalismo Donald Trump. Jair Bolsonaro

Temas

Economia

LEIA MAIS

ECONOMIA

Após reação do mercado, governo revoga IOF sobre fundos no exterior

Economia

Governo anuncia aumento do IOF para ampliar arrecadação em R$ 20 bi

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

PLENÁRIO DA CÂMARA

Câmara aprova novas carreiras e reajustes para servidores federais

2

SERVIÇO PÚBLICO

Reajuste para servidores federais: quem ganha e quanto vai custar

3

ENERGIA

Veja a íntegra da MP que reforma o setor elétrico

4

Vídeo

Homem acompanhado de crianças ameaça explodir bomba em ministério

5

MEIO AMBIENTE

Saiba como cada senador votou no projeto do licenciamento ambiental

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES