Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Voto útil enfraquece nossa democracia

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Voto útil enfraquece nossa democracia

Congresso em Foco

6/10/2018 13:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

"Parece claro que o 'voto útil' demonstra apenas que é mais importante garantir um projeto de poder do que garantir o amadurecimento democrático de um país", adverte[fotografo]Reprodução[/fotografo]
João Marcelo Rego Magalhães * Uma eleição para o cargo de presidente da República em dois turnos é, ainda que não percebamos, uma poderosa garantia de vitalidade em uma democracia pluripartidária, porque se presta a diagnosticar e medir o conjunto de todas as forças políticas e ideológicas. Um candidato a presidente ser eleito ao final do segundo turno, mas ter conseguido apenas 25% dos votos no primeiro turno significa que ele precisará dialogar com 75% da população, notadamente porque as escolhas políticas dessa maioria devem produzir um Congresso majoritariamente oposicionista e o risco de causar instabilidade ao seu governo. Portanto, o primeiro turno de uma eleição aos cargos do Executivo, em especial no caso do presidente da República, presta-se a dar a dimensão exata de cada grupo ideológico no cenário político que se desenha para o próximo mandato e, assim, forçar o debate com aqueles que representam, por exemplo, 6%, 9% ou 11% da população - o que, em última medida, também garante voz às minorias. É aqui que a estratégia do "voto útil" enfraquece ou impede o amadurecimento de uma democracia pluripartidária, como é o caso do Brasil. Ora, o voto útil nos dois melhores candidatos segundo as pesquisas de primeiro turno confere a eles - e somente a eles - a falsa impressão de que um dos dois tem (ou terá) apoio irrestrito da maioria da população. E que poderá governar, se quiser, impondo seu programa de forma autoritária, como se fosse uma "rolo compressor" a esmagar o outro lado do espectro político. Na prática, o "voto útil" poderá trazer a uma democracia não amadurecida o seguinte rol de malefícios: 1) distorcer o real alcance de aceitação dos projetos políticos, notadamente os projetos dos melhores indicadas em pesquisas eleitorais; 2) resumir aos dois mais bem colocados nas pesquisas a titularidade dos projetos de governo - que chegam nessa condição não pelo critério qualitativo, mas pelo critério quantitativo. Bom lembrar que a melhor colocação nas pesquisas não se dá, necessariamente, por se apresentar um bom programa de governo; 3) dificultar a alternância de poder, pois sufoca o crescimento de candidatos e grupos ideológicos que representam apenas 6% ou 10% da população, que são aniquilados pela migração de votos; 4) impedir o florescimento das novas ideias e dos novos projetos para governar o país que, por qualquer razão, não conseguirem ter uma expressiva aprovação manifestada por alto percentual de intenções de votos; 5) conferir poder fictício ao eleito, tendo em conta a criação de uma situação de legitimidade artificial pela obtenção de 50% dos votos no primeiro turno (com a migração do voto útil), mascarando a realidade - qual seja, a obrigação de dialogar com a sociedade sabendo que só conta, de fato, com apoio de 20% ou 30% do eleitorado; 6) arrefecer o debate sobre temas definitivamente relevantes para os cidadãos, como desenvolvimento econômico e controle do gasto público, que perdem espaço para a luta sectária que se destina a garantir certo candidato como vencedor em primeiro turno; 7) favorecer a polarização da sociedade, de onde surge a intolerância ao pensamento contrário. Em síntese, parece claro que o "voto útil" demonstra apenas que é mais importante garantir um projeto de poder do que garantir o amadurecimento democrático de um país. * Advogado público federal e professor universitário.  

Leia também:

Voto útil - o equilíbrio do jogo e o foco nas propostas

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

eleições democracia presidência da República República ideologia corrida presidencial crise política eleições 2018 voto útil João Marcelo Rego Magalhães

Temas

País

LEIA MAIS

Justiça

TCE do Acre determina afastamento de secretário aliado de deputada

ATAQUE POLÍTICO

Pré-candidato à presidência da Colômbia é baleado em Bogotá

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

3

CPMI do INSS

Congresso pode ter sessão conjunta na terça e instalar CPMI do INSS

4

Justiça

Moraes pede à Meta para analisar perfis atribuídos a Mauro Cid

5

Segurança Pública

Comissão aprova reintegração de trechos vetados em lei das polícias

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES