Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
25/1/2007 | Atualizado às 6:44
Cláudio Boriola*
Que o Brasil não é um país pobre todos já sabem. É mais do que notório que circula muito dinheiro em nosso país e o grande problema é como ele é aplicado pelas pessoas que o administram. A arrecadação da Receita Federal em 2006 está aí, para nos provar essa afirmação.
Desde 2003, a porcentagem do PIB que corresponde à carga tributária vem crescendo, sem sinais de baixa. O último número divulgado, que compreende as medições feitas até novembro de 2006, foi de 39%. Junto a esse número, temos também a confirmação, por parte da Receita Federal, de que a arrecadação subiu 4,48% em relação a 2006, chegando aos R$ 392,5 bilhões.
Número que poderia ser até maior, não fosse o aumento das desonerações, ou seja, a quantidade de dinheiro que o governo federal deixou de arrecadar devido a isenções. Entre elas, a correção da tabela do Imposto de Renda e as medidas da chamada "MP do Bem", que fizeram a arrecadação federal R$ 7,5 bilhões menor, entre outras.
Entre os maiores contribuintes de 2006 temos as entidades financeiras e empresas que enviam dinheiro para o exterior, como a Petrobras. No caso dos bancos, houve uma questão judicial. Em 2005, os bancos deixaram de pagar o Imposto de Renda na sua totalidade, pois descontavam do tributo as provisões que são obrigados a manter em caixa para evitar o prejuízo financeiro dos clientes em caso de quebra, o que não se repetiu em 2006 e causou um aumento de 20,68% no pagamento para a Receita, uma porcentagem comparativa entre os dois anos.
Para as pessoas físicas, houve aumento na arrecadação somente nos casos de venda de bens e ganhos em aplicações financeiras.
Podemos ver que no papel está tudo certo. As grandes empresas pagando impostos equivalentes ao seu tamanho enquanto as pessoas físicas têm a sua contribuição diminuída, na medida dos seus ganhos.
Mas ainda não temos, de forma clara e explícita, o caminho que essa arrecadação toma depois de sair dos cofres do governo. Pode parecer uma reclamação clichê e desgastada, mas ainda é a mais pura verdade. Apesar de estarmos entre os 15 do mundo no ranking do PIB e termos uma arrecadação (lembre-se que estamos falando somente sobre a arrecadação federal!) tão grande quanto a demonstrada, o bolo não é dividido em fatias iguais para a população, que ainda sofre com a desigualdade, não só econômica, mas também de informação, educação e oportunidades.
Feliz será o dia em que poderemos ver a população brasileira se beneficiando honesta e proporcionalmente de cifras tão grandes.
* Cláudio Boriola é consultor financeiro, escritor, conferencista e especialista em Economia Doméstica e Direito do Consumidor.
Tags
LEIA MAIS
Relações Internacionais
PLENÁRIO DA CÂMARA
Veja quais deputados votaram para suspender ação contra Ramagem
Data comemorativa
Câmara Municipal do Rio de Janeiro institui "Dia da Cegonha Reborn"
SUCESSOR DE FRANCISCO
PROTEÇÃO DIGITAL
Reimont pede suspensão de Discord e 4chan por violação de direitos