Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
8/1/2008 | Atualizado às 18:38
Autor do pedido de convocação da comissão representativa em pleno recesso, o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) também solicitou, também por meio de projeto decreto legislativo, a suspensão dos efeitos da instrução normativa que obriga as instituições financeiras a repassar, a cada seis meses, à Receita Federal dado sobre as operações de pessoas físicas. A norma foi baixada pelo governo após a derrubada da CPMF, para facilitar a identificação de casos de sonegação e evasão fiscal.
“Considerando que a instrução normativa número 802, de 27 de dezembro de 2007, prevê que as instituições financeiras devem prestar informações semestrais relativas às operações, o que significa dizer que as primeiras conseqüências práticas do ato somente ocorrerão a partir de 30 de junho de 2008 (...), inexistindo assim urgência que justifique a convocação”, anunciou Garibaldi, lendo ata da reunião com sua assessoria jurídica.
"A decisão vale para os dois [projetos de decreto legislativo], porque há em ambos uma mesma justificativa. O que eu creio que deva ser ressaltado é que, a praticamente 15 dias úteis, vamos ter aqui o Senado e a Câmara reunidos, e a decisão, em vez de caber a apenas oito senadores e 17 deputados federais, caberá a todo o Senado e à toda a composição da Câmara", continuou Garibaldi, dizendo que essa seria a "tessitura democrática" adequada para a análise dos projetos.
Segundo Garibaldi, esperar pela volta dos parlamentares seria uma forma "mais democrática" de apreciar as matérias. "Eu respeito os argumentos trazidos pelo senador Alvaro Dias e pelo deputado Arnaldo Jardim, mas eu compreendo que, se eles estão dispostos a debater a matéria, se estão convencidos das razões e argumentos que eles têm para exibir, nada mais democrático que fazer isso por ocasião da convocação do período ordinário, que se dará logo após o carnaval, no dia seis de fevereiro", ponderou.
"Deixem eles irem para a praia... Todo mundo não pode ir para a praia? Por que não os parlamentares?", brincou, diante das "provocações" da imprensa.
Reação
Em relação à teoria de que, adiando a análise dos projetos, o assunto "esfriaria", Garibaldi fez questão de lembrar a ampla maioria do governo na comissão representativa - ou seja, se quisesse mesmo "esfriar" o assunto, a comissão poderia optar pela rejeição das matérias. Temendo que isso acontecesse caso a comissão fosse convocada, Alvaro Dias apresentou, simultaneamente, o mesmo projeto na Secretaria Geral da Mesa.
"O governo não se manifestou em momento algum nessa discussão, porque, politicamente, todos sabem que o governo tem a maioria do conselho, que foi eleito", declarou Garibaldi.
Quem não gostou nada da não convocação foi o deputado Arnaldo Jardim. "A iniciativa foi frustrada. A comissão representativa existe exatamente para que não haja um vazio e uma omissão do Poder Legislativo. Na medida em que não temos uma instância, uma capacidade de deliberar, isso fica comprometido", resignou-se. "Daqui a pouco o trabalho é retomado e não encontra eco nos fatos."
"Em 2008, esperávamos um Congresso mais altivo, mas estamos vendo que o ritmo continuará o mesmo por aqui", reclamou Arnaldo, dizendo que o Judiciário "vai acabar, mais uma vez, agindo num momento em que, perigosamente, o Legislativo abre mais um vazio".
Já Alvaro Dias foi mais comedido, embora não menos frustrado, que Arnaldo Jardim ao comentar a decisão de Garibaldi. "Temos de acolher a decisão do presidente do Senado, e lamentar que esse assunto não possa ser debatido imediatamente", resumiu.
Para o tucano, o que não pode acontecer é a demora em colocar a matéria em pauta. "Que, no início de fevereiro, essa matéria seja priorizada. Meui receio é de que adotem a estratégia da protelação, empurrar o máximo possível para frente, enquanto o povo paga esse aumento de imposto indevido", disse o senador, que ainda afirmou já esperar a "indisposição" da comissão representativa em relação aos projetos.
"Eu não tinha a esperança de que o decreto fosse aprovado por esta comissão, que é esmagadoramente governista. Mas o debate se estabeleceria e, quando chegássemos em fevereiro, essa matéria estaria debatida de forma ampla, e nós teríamos mais condições de aprovar o decreto legislativo em fevereiro", concluiu, lembrando que a Secretaria Geral também recebeu o documento, com o mesmo conteúdo. (Fábio Góis)
Leia a nota divulgada pela presidência do Senado:
"O Presidente da Comissão Representativa do Congresso Nacional, no exercício das atribuições conferidas pela Resolução nº 3, de 1990, do Congresso Nacional; e considerando que, nos termos dessa mesma Resolução, a convocação da Comissão Representativa encontra justificativa diante do fato que caracterize a necessidade de ser sustado ato cauterlamente em caráter de urgência; considerando que a Instrução Normativa nº 802, da Receita Federal, prevê que as instituições financeiras enviem informações ao Fisco semestralmente, só gerando, portanto, as conseqüências práticas a partir de 30 de junho de 2008, inexistindo a urgência que justifique a convocação da Comissão Representativa; considerando que, igualmente, o Decreto nº 6.345, de 4 de janeiro de 2008, não exige deliberação urgente, justificando-se debate pelo Congresso Nacional, que brevemente voltará a funcionar normalmente; DECIDE deixar de convocar a Comissão Representativa, conforme requerimentos formulados neste sentido.
Brasília, 8 de janeiro de 2008.
Senador Garibaldi Alves Filho - Presidente"
Temas
SUCESSÃO DE FRANCISCO
Conclave começa: conheça os 133 cardeais que podem virar papa
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Veja como cada deputado votou no projeto que aumenta vagas na Câmara
PLENÁRIO DA CÂMARA
Veja quais deputados votaram para suspender ação contra Ramagem
SUCESSOR DE FRANCISCO