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Congresso em Foco
13/7/2005 20:03
Antonio Vital | ||||
Os dois foram fotografados nus pelos agentes e as fotos chegaram a ser distribuídas entre os paroquianos que moravam nas quadras vizinhas. O objetivo dos arapongas era desacreditar o padre, suspeito de envolvimento com organizações esquerdistas (leia mais). A operação ilegal foi admitida ontem pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, em nota oficial em que afirma não ser Herzog o personagem das fotos. A identidade do homem e da mulher que aparecem nus, porém, não foi revelada. Tática frustrada Por conta das fotografias, e de suas alegadas simpatias comunistas, o padre chegou a sofrer outros constrangimentos. Na mesma época em que foi seqüestrado pelos agentes da repressão, o nome dele foi colocado entre os suspeitos do assassinato da menina Ana Lídia Braga, 7 anos, crime que chocou Brasília 30 anos atrás. A campanha contra ele, porém, não surtiu o efeito desejado pela ditadura e Leopold permaneceu à frente da paróquia por mais de 20 anos. Alto, magro, muito branco e de olhos claros, o religioso canadense conquistou a confiança dos fiéis com sua voz calma e leve sotaque francês. Na foto obtida pelo Congresso em Foco, ele aparece batizando uma criança em 1967, sete anos antes das fotografias do casal nu. Na ocasião, ele ainda não ostentava a cabeleira comprida e a calva avançada que exibiria nos anos 70. Confusão e covardia Por conta da péssima qualidade das fotos tiradas pelos arapongas, é mesmo possível confundir o homem nu que esconde o rosto com Herzog. A semelhança é tanta que enganou até a viúva do jornalista, Clarice Herzog. O homem que aparece em uma das fotos publicadas pelo Correio Braziliense foi identificado por ela, com certeza, como o jornalista. Até o relógio, segundo ela, era o de Herzog. A certeza foi tanta que a equipe liderada pelo experiente repórter Rudolfo Lago, o jornalista que descobriu a máfia dos Anões do Orçamento, em 1992, e que ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, em 2000, com investigações a respeito do desvio de dinheiro do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, concluiu se tratar efetivamente de Herzog. O fato de não ser Herzog o homem que aparece humilhado, tentando esconder a nudez e o rosto, não diminui a violência e covardia da operação ilegal dos agentes do SNI. O jornalista foi morto em 25 de outubro de 1975 nas dependências do DOI-Codi de São Paulo. Ele era diretor de jornalismo da TV Cultura e tinha se apresentado espontaneamente para depor. Não foi mais visto com vida. |
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